Entenda o fenômeno do encontro entre os rios Miranda e Paraguai 53i4u
Rio Miranda está mais barrento porque água está repleta de sedimentos em consequência das chuvas intensas que ocorreram no Estado z6l5l
As chuvas intensas que ocorreram em Mato Grosso do Sul no último mês evidenciaram o fenômeno do encontro das águas de cor diferente dos rios Miranda e Paraguai, na região de Corumbá. O espetáculo natural é resultado de diferenças na composição química e temperatura dos rios, além do próprio fluxo das águas. Confira abaixo:
O momento em que os rios se encontram no município de Corumbá foi gravado, na última sexta-feira (10), pelo fotógrafo Victor Ramalho. À esquerda o rio Paraguai e à direita o Miranda.
O pesquisador da Embrapa Pantanal, Carlos Roberto Padovani, explica que a diferença entre as cores dos rios tem total relação com as cheias do Rio Miranda.
“Tem ficado mais barrento devido a maior perda de solos nas áreas agrícolas, sem os cuidados de conservação e maior aporte de sedimentos na água”, resume. O rio Miranda drena áreas com solos calcários. “O calcário tem essa característica de “tingir” as águas dos rios”, completa o pesquisador.
Além disso, por ser mais raso e ter menor vazão, o rio Miranda tem temperatura diferente da do Rio Paraguai. Ele é mais quente.
Quando os rios se encontram e convergem para a mesma direção, fluindo paralelamente, o resultado é um espetáculo da natureza.

O professor-doutor em Biologia, José Milton Longo, comenta que, este fenômeno é muito parecido com o encontro das águas dos rios Negro e Solimões que formam o Amazonas “também com características físico-químicas distintas”, enfatiza.
Segundo ele, o rio Paraguai com suas características de planície, tem uma coloração mais escura, provavelmente com maior quantidade de ácido húmico em sua composição. “É chamado de ácido húmico por causa da decomposição da matéria orgânica. No fenômeno dos rios Negro e Solimões é esse o ácido predominante”.
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As imagens que mostram o encontro das águas foram feitas na última sexta-feira (10). “Um belíssimo fenômeno”, declara o professor.