Provas são robustas, diz MPMS ao pedir júri para réus no caso Sophia 72276e
Depoimentos, relatórios médicos, troca de mensagens mostrando foto da criança ferida são usados pelos promotores 6ee
Já em fase final, ação penal contra mãe e padrasto da menina Sophia Ocampo, Stephanie de Jesus e Christian Campoçano, ganhou novo capítulo nesta segunda-feira (9). O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu que a dupla vá a juri popular.

Ambos sob acusação de homicídio agravado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, com implicações por se tratar de crime hediondo. Christian soma acusação de estupro de vulnerável.
Ao longo de 46 páginas os promotores de Justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani, Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, José Arturo Iunes Bobadilla Garcia e Luciana do Amaral Rabelo rememoram partes dos depoimentos, perícia, relatórios do atendimento médico e troca de mensagens entre os acusados para tecer o pedido.
Imagens de Sophia com a cabecinha sangrando exatamente um ano antes da morte, em uma das conversas por mensagem entre os dois, ilustram a peça para argumentar que a violência era cometida como forma de rotina na casa.
Neste momento em específico, Stephanie questionava o então companheiro sobre o ferimento, ele dizia ter apenas dado “dois cascudos” na criança, alegando que o corte, provavelmente, era mínimo. Um ano depois deste dia, Sophia estaria morta.

“Tais agressões recorrentes, por parte dos denunciados, decorriam do mero desgostar por parte deles em relação ao comportamento, de Sophia, o qua não ava dos limites da normalidade para uma criança de dois anos, assim como a ação homicida motivada por tais situações”, diz a peça.
Para o MPMS, inclusive, ficou provado que a garotinha, naquele 26 de janeiro de 2023, chegou à unidade de saúde já em óbito e que os réus agiram para tentar ludibriar a versão original dos fatos. O combinado era para que tudo parecesse acidental.
Também, para os promotores, ficou evidente o cometimento do estupro e a tentativa de escondê-lo, não só pelos exames, mas pelo fato de a criança ter sido levada de fralda à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) mesmo já sendo desfraldada, ou seja, que não usa mais o item descartável.
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A mãe de Stephanie, Deuziene de Jesus, revelou em juízo que as médicas pediatras que atestaram o óbito retiraram a fralda de Sophia para mostrar as lesões. O depoimento da própria ré é utilizado, especificamente na parte em que alega que Christian ficava com a menina enquanto ela trabalhava e que nos últimos dias não a deixava limpar ou dar banho na filha.
“Acho que foi uma das formas de tentar esconder o que tinha acontecido para eu não ver, porque ele sabia que seria a gota d’água e eu iria fazer alguma coisa”, disse. Na última audiência de instrução, realizada no dia 28 de setembro, os réus preferiram permanecer em silêncio.
Após longo histórico de violência, Sophia morreu aos dois anos e sete meses por traumatismo raquimedular de coluna cervical, conforme exame necroscópico. O óbito foi confirmado no dia 26 de janeiro deste ano, desde então mãe e padrasto estão presos.