Prefeito de Corumbá e mais dois são denunciados por compra de votos 2b2e6a
Com ajuda de ex-assessor e então secretária adjunta de Saúde, Marcelo Iunes angariava voto ofertando benefícios aos eleitores 73q4x
O prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), seu ex-assessor Marconi de Souza Junior, conhecido como Macaco, além da ex-secretária-adjunta de Saúde, Mariluce Gonçalves Leão, foram denunciados por corrupção eleitoral e falsidade ideológica pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul).

Os crimes podem resultar em prisão, multa e ilegibilidade, porém a denúncia precisa ser aceita antes. De acordo com investigação, o trio teria agido em conjunto para compra de votos focados na reeleição do tucano. Para isso, ofertavam dinheiro, itens como cestas básicas e remédio e até consultas médicas.
Quebra do sigilo telefônico de Marconi revelou conversas em que ele aparece como intercessor no suposto esquema, sendo a ponte entre os beneficiados e Iunes. Isso quando o assunto era dinheiro ou materiais.
No caso das consultas médicas, era Mariluce quem agilizava, no mesmo modo operandis. Em uma das conversas que constam no relatório elaborado após a perícia, uma eleitora diz explicitamente que vai votar em Iunes após obter vantagem médica.
“Bom dia! Consegui fazer quase todos os exame, faltaram apenas dois que não tinha o tubo apropriado para fazer, mas remarcou para sexta-feira, ando para agradecer. Obrigado. Muito obrigado. Dia 15 é 45”, diz a mensagem fazendo referência a data da eleição municipal, ocorrida em 15 de novembro naquele ano, bem como ao número de urna do candidato à reeleição, 45.
Os exames e procedimentos médicos ocorriam, em sua maioria, no Citolab, laboratório credenciado para realização de exames laborais de cidadãos corumbaenses encaminhados pela Central de Regulação do Município, conhecida como Casa Verde.
A exemplo desta conversa, muitas outras foram detectadas combinando recebimento de valores. Para o MPF os três “valeram-se amplamente da máquina pública para angariar votos e apoio político ao prefeito e a seu grupo político”.
Diantes dos fatos narrados, constata-se que “em comunhão de esforços, deram, ofereceram e/ou prometeram, ao menos, 07 vezes, dádivas a potenciais eleitores e apoiadores políticos, com o fim específico de obterem votos para o então candidato à reeleição para prefeitura de Corumbá/MS, pleito de 2020, Marcelo Iunes”.
Além da facilitação na área da saúde, Mariluce recebeu cerca de cinco vídeos das pessoas beneficiadas elogiando a gestão do tucano e autorizando que fossem usado em campanha política como depoimentos de cidadãos comuns e não vendedores de votos.
Dos envolvidos, 13 identificados foram identificados e ouvidos, tendo em vista que aceitar vantagem em troca do voto também é crime.
Deles, cinco afirmaram que todos eram cabos eleitorais do candidato, porém apenas seis constavam na prestação de contas eleitorais de Iunes. A omissão dos nomes caracteriza falsidade ideológica.
Além do pedido para que respondam e sejam condenados pelos crimes, o MPF pede que todas as testemunhas encontradas sejam ouvidas.
O que diz o trio? 2x1y53
Procurados pela reportagem, o prefeito disse que ainda não foi notificado, mas se coloca a “disposição da Justiça para responder e provar minha inocência”.
Já Mariluce alegou que só soube do caso pela imprensa e redes sociais, porém ainda não foi devidamente citada e, por isso, é “prematuro fazer afirmações ou ilações, após o recebimento irei entrar em contato com meu advogado para que este realize a devida defesa rebatendo os termos apresentados e irei aguardar o devido andamento processual”.
Marcones foi procurado, porém não respondeu sobre o assunto até o momento. Vale lembrar que em outubro de 2021 a Polícia Federal deflagrou a Operação Mercês para apurar suspeita de fraude eleitoral em Corumbá, mirando justamente o pleito de 2020 em que o atual prefeito foi reeleito com 42,65% dos votos.