Pivô de ação contra advogados faccionados alega perseguição em presídio 6v466f
Bruno Ghizzi é acusado de compor grupo de advogados que davam apoio a facção criminosa, investiga no âmbito da operação 5ce68
A defesa do advogado Bruno Ghizzi pediu a instauração de inquéritos policiais para apurar a conduta de 4 policiais penais da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, em Campo Grande, conhecida como “Federalzinha”, pelo regime mais rígido, comparado aos presídios federais. Preso durante a operação Courrier, em 2022, Bruno Ghizzi alega perseguição por servidores do presídio, em dois documentos apresentados à Polícia Civil, no mês de novembro.

Duas notícias-crime foram apresentadas, com a de Ghizzi, à Delegacia Geral de Polícia Civil. Nos documentos, são denunciadas “transgressões” dos servidores. Na primeira delas, o advogado cita ocasião em que o chefe de segurança da unidade prisional e outros dois policiais penais impediram que o irmão do advogado lhe entregasse revistas, durante uma visita, ocorrida no dia 13 de setembro.
Os servidores teriam dito que não havia nenhum funcionário designado para o recebimento e ainda citaram uma comunicação interna do presídio, que não autorizava esse tipo de entrega.
Diante da negativa, o irmão do advogado teria se exaltado e acabou perdendo a carteirinha de o à visitação. O desentendimento foi narrado pelos policiais penais em relatório interno da Gameleira.
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“A referida mensagem não foi compreendida pelo visitante que disse em tom grosseiro que iria sim realizar as entregas das revistas que “era para dar um jeito”. Ademais, de forma desrespeitosa, o visitante questionou quem era o policial para não receber as revistas, agindo de modo ríspido, gritando e gesticulando entre as demais visitas, causando tumulto e atraso nos horários da visita na referida UP”, justificaram os policiais penais.
Na notícia-crime, entretanto, Ghizzi afirma que os policiais penais “deturparam a realidade” para suspender o o de visitante do irmão do advogado.
“Com efeito, as informações lançadas em documento público não correspondem à realidade dos fatos, visto que o visitante não ‘jogou’ as revistas, não impôs que recebessem as revistas, não foi “grosseiro”, tampouco questionou a autoridade do servidor público e jamais agiu de modo ríspido, gritando e gesticulando entre as demais visitas. Por certo, não houve tumulto e/ou atraso no horário da visita na Unidade Penal”, alega o encarcerado.

Diante do ocorrido e para tentar contrariar a versão descrita na comunicação interna, Bruno Ghizzi pediu, em regime de urgência, que seja solicitado a preservação de cópia das imagens das câmeras do presídio na data do evento, bem como seja providenciado a oitiva de testemunhas que presenciaram os fatos.
O mesmo também foi requerido pelo interno diante de outro episódio mais recente, ocorrido no dia 21 de novembro. Na ocasião, outra policial penal atrapalhou uma conversa privada entre o Bruno e o advogado dele. A servidora teria insinuado que o advogado não poderia ter mostrado ao cliente um laudo médico elaborado por um profissional da saúde, durante consulta, dentro do próprio presídio.
“A postura pessoal da servidora pública transbordou dos limites da vigilância e/ou segurança, posto que ambos, tanto o interno quanto o Advogado, já haviam se submetidos a revista, sendo certo que a intervenção na entrevista, inclusive para demonstrar poder e autoridade inexistente, equivale à violação dos dispositivos legais”, reclama.

Para o réu por integrar facção criminosa oferecendo serviços jurídicos, além de ferir o regimento interno da unidade prisional, a servidora também teria praticado crime de abuso de autoridade. Agora, cabe ao Judiciário analisar se as acusações têm fundamento e determinar ou não, que a Polícia Civil investigue as queixas de suposta perseguição.
A operação i7364
Preso desde maio do ano ado, Bruno Ghizzi é acusado de compor grupo de advogados que davam apoio a facção criminosa, investiga no âmbito da operação Courrier. Peça-chave na força-tarefa, Bruno foi preso em 25 de março, quando a operação foi para as ruas, e levou mais 3 colegas dele para a cadeia, além de dois servidores públicos da Justiça e da área de segurança pública.
Por ser advogado, ele tinha a prerrogativa de ficar no alojamento dedicado aos profissionais da área que são presos, mas foi transferido para o regime fechado depois de tentar incendiar o quarto onde estava sob custódia, na ala dos advogados no terreno do presídio militar de Campo Grand.
Desde então, tenta transferência do lugar e ainda a liberdade, sem êxito.
Ele cumpre prisão preventiva. Não há condenações ainda, pois as ações que o envolvem estão em trâmite.