Operação Sisamnes: da lenda persa à venda de sentenças no Judiciário brasileiro 2s3mf
O rei ordenou que Sisamnes fosse esfolado vivo, e sua pele foi utilizada para revestir o banco onde presidia os julgamentos 441z1f
Na antiga Pérsia, durante o reinado de Cambises II, um episódio marcante se tornou símbolo de justiça severa e implacável. Sisamnes, um juiz que de fato existiu, foi condenado pela venda de uma sentença e por aplicar uma pena injusta.

De acordo com a mitologia, como punição, o rei ordenou que Sisamnes fosse esfolado vivo, e sua pele foi utilizada para revestir o banco onde presidia os julgamentos. Esse mesmo banco ou a ser ocupado por seu filho, Ótãs, que deveria recordar constantemente o destino de seu pai e jamais ceder à corrupção.
Foi inspirado nesse episódio que a PF (Polícia Federal) deu nome à Operação Sisamnes, deflagrada na manhã desta terça-feira (26), voltada ao combate de esquema de venda de sentenças judiciais.
Com determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foi preso preventivamente o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e outros 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal.
Dentre os investigados estão os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, ambos afastados do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso), em agosto deste ano, pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça.

Segundo a PF, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses.
A investigação teve início a partir de dados encontrados no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, que indicavam a existência de vantagens financeiras indevidas e presentes de alto valor entregues aos magistrados em troca de decisões favoráveis.