Omertà: absolvidos Jamilzinho e outros 10 por obstrução de Justiça 1196i

O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, decidiu na segunda-feira (25) pela absolvição do empresário Jamil Name Filho e outros 10 acusados de envolvimento com a suposta milícia do jogo do bicho que agia em Mato Grosso do Sul por obstrução de Justiça. Todos foram investigados na Operação Omertà

Jamilzinho Name foi absolvido nos dois fatos de obstrução de Justiça (Foto: Divulgação)
Jamilzinho Name foi absolvido nos dois fatos de obstrução de Justiça (Foto: Divulgação)

“Após a constatação de que todos os demais acusados foram absolvidos das imputações formuladas pelo Ministério Público, não restam outros fatos a serem apreciados em face de Jamil Name Filho, já que este não teria sido o autor imediato de nenhuma conduta reconhecidamente típica”, afirmou o juiz na decisão.

A Justiça analisou a participação dos acusados em dois fatos:

  • Remoção de materiais: responderam os guardas municipais Alcinei Arantes da Silva, Eltom Pedro de Almeida e Rafael Antunes Vieira, militar aposentado Adrison Correia e o empresário Jamil Name Filho;
  • Interferência no depoimentos das testemunhas: responderam o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o policial civil Márcio Cavalcanti da Silva, o advogado Alexandre Gonçalvez Franzoloso, os guardas municipais Rafael Carmo Peixoto Ribeiro, Rafael Vieira e Robert Vitor Koperski, segurança particular Flávio Narciso Morais da Silva e o empresário Jamilzinho.

Fato I 4o5e55

No mesmo dia em que o arsenal foi descoberto, em 25 de maio de 2019, o MPE (Ministério Público Estadual) apontou que Jamilzinho tirou vários documentos da cobertura onde morava. No inquérito, imagens mostram outras pessoas o ajudando, com clara intenção de impedir que a polícia tivesse o à provas.

No dia 27 de setembro daquele ano, quando os policiais entraram no apartamento de Jamilzinho – cheio de portas reforçadas – nada foi encontrado. Mas, parte do material foi encontrada na casa do guarda municipal Eltom.

Fato II v6et

Segundo a denúncia do MPE, os guardas municipais Rafael Vieira e Robert, além de um segurança particular Flávio Narciso, teriam agido para intimidar testemunhas, logo após a apreensão de um arsenal da milícia em uma casa da família Name, no Jardim Monte Líbano.

Após a apreensão do arsenal da milícia em Campo Grande, o ex-guarda municipal Marcelo Rios – não denunciado -, que seria o encarregado do armamento, ou junto com a esposa a ser ameaçado por Rafael, Robert e Flávio.

O MPE apontou ainda que a intenção desses envolvidos era evitar que o casal falasse do envolvimento do Jamil Name (falecido) e do filho, levando a investigação a apontá-los como os donos das armas e também responsáveis pelas execuções apuradas na força-tarefa entre o Gaeco e a Garras (Delegacia Especializada em Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros.

Pagamento e segurança 2y1h1

O ex-guarda municipal Rafael Vieira e o policial civil aposentado Vladenilson foram até a residência da esposa de Marcelo, em setembro de 2019, dando a ela R$ 1.250, dinheiro este que seria enviado pelos patrões, sendo que ela receberia “mais dinheiro toda semana”, pedindo a ela para “confiar no Guri”, apelido de Jamil Name Filho. Ela ou então a ser escoltada pelo segurança Flávio.

Flávio, Rafael e Vladenilson também pediram para ela deixar a casa imediatamente e trocar de celular, já que Flávio teria afirmado a ela que corria risco de vida, caso falasse algo, ressaltando que ela seria a primeira a ser morta e depois Marcelo, na cadeia.

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Preocupado com a segurança da esposa, Marcelo chegou a pedir para os policiais irem até o imóvel dela, momento em que os policiais a encontraram dentro do carro do segurança Flávio. Na ocasião, a investigação aponta que Flávio mentiu, dizendo que era um vizinho, porém, os policiais não acreditaram e ela foi para delegacia. Na volta, sofreu nova ameaça.

Ainda conforme a investigação, consta que ela viu um homem batendo em seu portão. Era o guarda municipal Robert. Ele falou que sabia que ela tinha voltado na delegacia e a ameaçou. Robert estava acompanhado do policial civil Marcio Cavalcanti da Silva, considerado pelos investigadores, braço direito de Jamil Name.

Programa de proteção à testemunha v2pc

Na sequência, a esposa de Marcelo Rios procurou o Gaeco em nome do marido. Eles queriam a concessão de benefícios por meio de colaboração premiada e a mulher então pediu para que entrasse no programa de proteção à testemunha. Mas, conforme a ata de reunião realizada no dia 7 de agosto, na sede do MPE, a mulher falou que a colaboração não seria possível porque o advogado Alexandre Franzoloso impedia o seguimento do processo e ele seria o “advogado da organização criminosa”.

Já no relatório do Garras, a denúncia afirma que “todas as vezes que Marcelo Rios falava com o advogado Alexandre Franzoloso, ele relatava aos policiais que teria de ficar a favor da organização criminosa para salvaguardar a vida da sua esposa e de seus filhos. Além de cair em prantos, dizendo que sabia que iria morrer, mas que pelo menos, sua família estaria salva”.

Ações da Omertà 224k31

Essa é a terceira condenação relacionada à Operação Omertà. Já teve condenação na ação sobre o armamento encontrado na casa do Jardim Monte Líbano, em maio de 2019, e em um processo contra um militar condenado pela Auditoria Militar. Também foi arquivada essa denúncia da investigação contra o desembargador aposentado Joenildo de Souza Chaves.

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