MPF cobra resultados de investigação sobre mortes de indígenas em Amambai 3qw2k
Crimes ocorreram a partir de junho de 2022 e incógnitas a respeito de motivação e ligações perduram até os dias atuais 252322
O MPF (Ministério Público Federal) instaurou inquérito civil, nesta segunda-feira (21), para acompanhar as investigações da morte de Vito Fernandes, de 42 anos, que ocorreu durante um confronto entre policiais militares e indígenas.

“Apurar e acompanhar o conflito entre indígenas da aldeia Amambai e as forças policiais locais, durante suposta retomada de terras, ocorrido nas proximidades, adotando-se eventuais medidas istrativas e/ou cíveis que porventura se fizerem necessárias”, escreve o procurador da república Marcelo José da Silva sobre a instauração do inquérito civil.
Vito Fernandes morreu após ser atingido por três tiros durante um confronto entre povos originários da etnia Guarani Kaiowá e policiais militares, no dia 24 de junho. Ele morreu antes mesmo de dar entrada no hospital. Outras 10 pessoas ficaram feridas.
Além do inquérito, o MPF deu prazo de 20 dias para que a Polícia Civil forneça informações sobre a morte de outros dois indígenas de Amambai, Márcio Rosa Moreira, encontrado morto, e Vitorino Sanches, baleado com cinco tiros em uma suposta emboscada.
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Mortes de indígenas 4p2h4g
O Guarani-Kaiowá Márcio Rosa Moreira foi encontrado morto no bairro Jardim Analy. Também foi achado ferido o indígena Willis Fernandes. Segundo a polícia, eles teriam sido vítimas de uma emboscada de dois indivíduos que aram em uma motocicleta atirando.
O comerciante indígena Vitorino Sanches, morador na Aldeia Amambai, sofreu um atentado no dia 1° de agosto, quando o veículo da liderança foi todo perfurado por tiros de arma de fogo. O atentado ocorreu um dia após uma eleição extraordinária para escolha do novo capitão da Aldeia Amambai.
No dia 13 de setembro, entretanto, ele foi executado com cinco tiros. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

Conflitos envolvendo indígenas na região de Amambai ocorrem há décadas. Em 2022, houve um acirramento da violência na região. Mortes e tentativas de homicídio envolvendo povos originários vêm ocorrendo.
Pelo menos um caso foi resultado dessa disputa. Em outros, a polícia ainda investiga, mas estariam relacionados a outras causas.