MP quer suspeição de juiz que mandou prender mãe de vítima de homicídio em MT 2s582t
Ministério pede que juiz se afaste do caso e destaca que mãe teve psicológico abalado no momento da acusação e voz de prisão 25m32
O MPMT apresentou um pedido para que o juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Wladymir Perri, se abstenha de julgar o caso do réu acusado de matar Cleowerton Oliveira Barbosa. O magistrado repreendeu e deu voz de prisão à mãe da vítima durante uma audiência de instrução e pediu que ela tivesse respeito com o homem acusado de matar o filho dela.

O julgamento aconteceu em 29 de setembro, mas somente nesta semana o vídeo da audiência viralizou e ganhou repercussão nacional. (Veja abaixo).
O Ministério Público argumentou que o artigo 96 do Código de Processo Penal diz que “a arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente” e que a Justiça destaca que “sob pena de preclusão, há de ser arguida a impossibilidade de participação do magistrado na primeira oportunidade que a parte tiver para falar no processo”.
Com isso, os fatos ocorridos na audiência no dia 29 de setembro de 2023, não restam “dúvidas em relação à suspeição do Exmo. Sr. Juiz de Direito da Décima Segunda Vara Criminal de Cuiabá/MT, Wladymir Perri”.
Sobre o fato, o MPMT diz que a mãe não ameaçou o homem suspeito de matar seu filho, mas teria agido com indiferença com aquele que foi agiu da mesma forma com o seu bem maior, o seu filho.
Seguiu destacando que o ato foi filmado pelo advogado do réu e o juiz determinou, na ata de audiência, que a gravação foi disponibilizada como prova contra a mãe.
Para o MPMT, os fatos que ocorreram na audiência gerou ressentimentos no magistrado.
Além disso, o MPMT destacou que após o episódio pediu atendimento psicológico para a mãe e a conclusão foi de que “comparecer na audiência lhe foi uma tarefa difícil, uma vez que teria contato com assuntos que lhe causam dor e fazem emergir memórias dolorosas” e que o relatório também destaca que o episódio demonstrou a mãe que a Justiça não se importa com a sua dor.
O pedido foi protocolado pelo promotor do Núcleo de Defesa da Vida, Vinicius Gahyva Martins.
Entenda o caso 566u43
Uma mãe recebeu voz de prisão do juiz da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, depois de se expressar contra o homem acusado de matar o filho dela assassinado. A audiência foi realizada no dia 29 de setembro.
O trecho da confusão envolvendo defesa, promotora, juiz e a mãe só foi divulgado nessa terça-feira (17) nas redes sociais.
A Corregedoria do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso) está investigando o caso.
Quem participou da audiência foi a promotora Marcelle Rodrigues da Costa e Faria e, segundo ela, a confusão iniciou depois que a mãe foi perguntada se estava confortável em prestar depoimento diante do réu acusado de ter matado seu filho.
A promotora disse que fez a pergunta por acreditar que a mãe ficaria mais tranquila se retirassem o réu da sala de audiência. Entretanto, a mãe surpreendeu ao dizer que o acusado não era ninguém para ela.
Em seguida, o advogado do réu interrompeu o julgamento e pediu respeito ao acusado. Depois, a magistrado ou a repreender a mãe.
A promotora diz que o magistrado acabou exigindo um comportamento da mãe, sem ao menos, compreender o que ela estava ando.
“Então, eu intervi novamente, dizendo que eu queria ouvi-la, mas novamente o juiz exigiu da mãe inteligência emocional. Novamente, pedi que a vítima pudesse contar a história dela, mas o magistrado não quis e encerrou a audiência”, narrou Marcelle.
A promotora narra que ao final da audiência a mãe se levantou e jogou um copo de plástico que ela segurava. Olhou para o réu e disse: “da justiça dos homens você escapou, mas da justiça Deus não escapa”.