Laudo identifica rotina de humilhação a internos e funcionários em asilo 3x3q2r
Além da visita ao local, profissionais entrevistaram nove pessoas, dentre eles, quatro idosos 553a4s
O laudo psicológico produzido pela justiça sobre a instituição Casa do Aconchego, em Campo Grande, apontou gravíssimo caso de maus-tratos contra funcionários e idosos que viviam no local. Atualmente, a casa é composta por vinte e quatro internos e todos possuem comorbidades.
As agressões verbais e psicológicas vieram à tona após a então presidente Suely Gomes dos Santos ser flagrada por câmeras de segurança em 24 de novembro de 2021.
Ainda conforme o documento dos profissionais de saúde, prejuízos emocionais a alguns dos internos e funcionários também foram destacados.
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Além da visita à instituição de longa permanência de idoso, os psicólogos entrevistaram a assistente social da entidade, a vice-presidente, a gerente e também a nutricionista; o enfermeiro Mariomar Alberto Alves da Silva, e também ex-técnico do asilo, que denunciou o caso ao Ministério Público e à Polícia Civil; o fisioterapeuta; a psicóloga da instituição; e quatro idosos moradores do local.
Relatos 1y4tg
Segundo relato da assistente social, Suely “sempre foi de expor o que pensava, engajada, porém, com o tempo, mudou comportamento”. A profissional até citou, como exemplo, a maneira – da até então presidente do asilo – de falar e tratar idosos e funcionários: “humilhando, constrangendo e ‘acabando’ com as pessoas em público”.
A assistente social ainda pontuou que o enfermeiro Mariomar observou as condutas de Suely. E que o mesmo decidiu formular e provar as denúncias, sobretudo, com as imagens das câmeras da instituição.
Ainda de acordo com a assistente social, os idosos moradores do local possuíam muita intimidade com o fisioterapeuta – também entrevistado no laudo – e reclamavam para ele a situação.

Um idoso, de 81 anos, entrevistado pela equipe, relatou que “ficava tenso, com medo de falar e sofrer retaliações por parte da então diretora da instituição”, mesmo que familiares o visitassem periodicamente.
Sobre os acontecimentos, o idoso enfatizou não ter visto agressões físicas feita por Suely, porém, afirmou ter presenciado e ter sido alvo das ofensas e humilhações que ela realizava diariamente.
O senhor ainda explicou que o clima na casa começou a “ficar tenso desde o início da gestão de Suely, pois os limites e as regras foram impostos, independentemente dos costumes que estavam sendo adotados na istração anterior”.
Outro idoso, de 64 anos, também relatou que a presidente “era grosseira no modo de falar e tratar as pessoas, que ela usava seu papel de autoridade para ofender e humilhar a todos na casa, em especial, a ele mesmo”.
Conclusão do laudo psicológico 2b195y
Diante de todas as informações e relatos obtidos através das entrevistas com os internos e funcionários, o laudo psicológico concluiu tratar-se de um caso de maus-tratos e violência psicológica com os idosos.
Sobretudo, “alguns deles – principalmente os que foram mais perseguidos e hostilizados pela Suely – conforme relatos, apresentaram comprometimentos emocionais e, em alguns casos, o agravamento do quadro clínico e comportamental, como resposta ao contexto de violência e maus tratos”.

O documento ainda cita como exemplo uma situação grave ocorrida com uma das idosas, que era deixada por Suely sem casaco, em dias frios, e a dormir fora do quarto, dentre outras crueldades narradas. A idosa citada desencadeou depressão e ainda recusa-se a receber alimento e medicação.
Internos mostraram-se ainda aliviados pelo afastamento de Suely, bem como, a maioria dos funcionários, alguns, com evidente esgotamento emocional.