Irmãos Trad assumem defesa de delegado acusado de proteger milícia 6x6j4a
Dupla de advogados pediu adiamento de julgamento de recurso, prevista para esta terça-feira (16 de abril) 1n6tw
Fora de cargos públicos, os irmãos Fabio Trad, ex-deputado federal, e Marcos Marcello Trad, ex-prefeito de Campo Grande, retomaram o trabalho como advogados e, entre os seus clientes, está o delegado Márcio Shiro Obara, investigado na operação Omertà, de combate a milícia armada em Campo Grande e Ponta Porã.

Em petição data de 11 de abril, os irmãos Trad pediram ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) o adiamento de sessão para julgar recurso do Ministério Público contra decisão de primeiro grau absolvendo Obara da acusação de obstrução de justiça e de lavagem de capitais.
Conforme o pedido, a defesa técnica precisava de mais tempo para analisar o caso.
Ao avaliar o requerimento, o relator do processo, Luiz Gonzaga Mendes Marques, deu resposta negativa.
“Indefiro pedido de fl. 8.415, visto que o réu teve tempo hábil para examinar o processo com o advogado que o defendia, bem como para eventual substituição, visto que o processo está pautado desde o dia 19/03/2024”.
Despacho do desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques
Está previsto para esta terça-feira, 16 de abril, o julgamento pela 2ª Câmara Criminal da apelação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), para reverter a decisão de primeiro grau e condenar os réus.
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O delegado chegou a ficar preso, depois usou tornozeleira, além de ficar afastado do trabalho, em razão das suspeitas. Hoje, está lotado no Drap (Departamento de Recursos e Apoio Policial).
Em fevereiro do ano ado, decisão do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, declarou a inocência do delegado e mais seis pessoas, Fahd Jamil Georges, que já foi chamado de “Rei da Fronteira”, o filho dele Flávio Correia Jamil Georges, Jamil Name Filho – o “Jamilzinho” – e o ex-guarda Marcelo Rios pelos crimes de corrupção iva e ativa.
Obara e o investigador da Polícia Civil Célio Rodrigues Monteiro foram absolvidos também do crime de lavagem de capitais na mesma ação.
O Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) havia pedido à justiça a condenação e perda da função pública para o delegado e Célio Rodrigues.
Obara, Fahd, Flávio e Jamil Filho foram considerados inocentes diante das acusações por obstrução de Justiça.
Alvos da Omertà 6234r
O delegado e o investigador Célio Rodrigues foram alvos da 3° fase da Operação Omertà. Para o Gaeco, o delegado agiu contra a própria profissão, protegendo mandantes dos assassinatos do policial militar Ilson Martins Figueiredo, que era chefe de segurança da Assembleia Legislativa, e de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o “Betão”, encontrado carbonizado em 2026, junto com o policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva.
Segundo a denúncia, quando foi titular da Delegacia de Homicídios, Obara teria aceitado propina, devolvido provas sem qualquer tipo de perícia ou cópia, coagido colegas e tentado, de todas as maneiras, para proteger as famílias Name e Jamil Georges, indiciadas como chefes dos dois maiores grupos criminosos de Mato Grosso do Sul.
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Obara, com ajuda de Celio, teria ocultado provas do esquema de assassinatos para impedir a descoberta dos mandantes, acusou o Gaeco. O pagamento seria em dinheiro, parte reada ao investigador da sua delegacia, que também estava envolvido com o grupo criminoso.
Todos os envolvidos negam as acusações e alegam que tinham relações de amizade ou profissionais.