Gaeco flagrou Cezário combinando desvio de dinheiro do futebol 4k4s2g

Conversas interceptadas pelo Gaeco revelaram o esquema de corrupção envolvendo Francisco Cezário e outros membros da Federação de Futebol de MS 6y2f39

O presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, alvo da Operação Cartão Vermelho do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado por suspeitas de desvio de verbas públicas, peculato e lavagem de dinheiro, discutia criação de projetos para desviar verba e também não investia no Campeonato Estadual.

É o que apontam os diálogos, interceptados pelo Gaeco, dele com integrantes do grupo.

Francisco Cezário, presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), preso durante operação Cartão Vermelho, do Gaeco, em Campo Grande (Foto: Mateus Nunes)
Francisco Cezário, presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), preso durante operação Cartão Vermelho, do Gaeco, em Campo Grande (Foto: Mateus Nunes)

Em uma das interceptações telefônicas, Cezário e um homem identificado como Romeu discutem a criação de projetos para desviar dinheiro.

“Nós não temos um jeito de inventar um projeto pra nós ganhar dinheiro cara, um projeto ali, por exemplo, no interior de São Paulo”, questiona Romeu. Em resposta, Cezário afirma: “Entende Romeu? Eu estava pensando, vamos, tá louco rapaz, nós precisamos ganhar dinheiro desse futebol”, indicando o uso da FFMS para o recebimento de vantagens indevidas.

Outra conversa destacada pela investigação envolve Umberto Alves Pereira e Rudson, na qual Umberto menciona um projeto de R$ 190 mil e questiona quanto Cezário investiu no campeonato estadual.

“Não investiu nada”

Diálogo atribuído a Umberto

Essa é mais uma evidência que os fundos destinados ao campeonato foram desviados para benefício do próprio presidente. Cezário está no comando do futebol em Mato Grosso do Sul há quase três décadas, período no qual a atividade esportiva só decaiu.

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Umberto e Rudson, que aparecem nesse diálogo, também são alvos da investigação.

Umberto foi flagrado, em mais de uma ocasião, fazendo saques e voltando para a sede da Federação para fazer a divisão do dinheiro entre os integrantes do grupo. Rudson aparece recebendo instruções para maquiar os gastos da federação.

De acordo com o Gaeco divulgou, foram pelo menos mil saques, de valores inferiores a R$ 5 mil, foram de evitar monitoramento das autoridades.

Além de Rudson, Umberto e Cezário, também são investigados pelo Gaeco por participação neste esquema: Aparecido Alves Pereira, Francisco Carlos Pereira, Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira,Valdir Alves Pereira.

Esses quatro últimos são da mesma família, e também parentes de Francisco Cezário

O presidente 2n106m

Detalhes apurados pelo Primeira Página indicam que, nos últimos quatro anos, Cezário recebeu 84 transferências da FFMS, totalizando R$ 403.225,47 em “pagamentos em cheque”, valores não declarados à Receita Federal. A maior parte do dinheiro desviado era movimentada nas contas de outros membros do grupo, sem periodicidade ou constância de valores, o que indica que não eram rees ou pagamentos por serviços prestados à Federação.

Dinheiro, arma e munições apreendidos durante a operação Cartão Vermelho, do Gaeco, contra organização criminosa na FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) (Foto: Gaeco)
Dinheiro, arma e munições apreendidos durante a operação Cartão Vermelho, do Gaeco, contra organização criminosa na FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) (Foto: Gaeco)

Reuniões organizadas na casa de Cezário também foram monitoradas, sugerindo que ele coordenava o esquema de desvio de verbas.

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O Gaeco investiga um esquema criminoso dentro da FFMS, cujo desvio total aria do valor de R$ 6 milhões.

Na terça-feira, os policiais militares do Gaeco foram às ruas para cumprir sete mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

Em poucas horas da operação “Cartão Vermelho”, apreenderam mais de R$ 800 mil reais em dinheiro, uma arma e munições. Não há informações na casa de quem os valores foram encontrados.

A sede da Federação e as casas de Francisco Cezário de Oliveira e da irmã dele, também foram alvos de busca e apreensão.

Os valores que deveriam ser investidos no futebol vinham do governo do estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A entidade nacional informou desconhecer a investigação e por isso não faria comentários ainda.

Em nota, a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), que cuida do setor no estado, informou que “sobre os questionamentos de que as denúncias da operação Cartão Vermelho apontam supostos desvios de recursos oriundos da Fundesporte, esclarecemos que a mesma não é alvo da referida operação e, em tempo, acompanha as investigações e espera que as denúncias sejam apurados no rigor da lei.”

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