“De alma lavada”, desabafa mãe de Matheus após júri histórico em MS 3n153z
Cristiane Coutinho atuou como assistente de acusação no julgamento sobre a execução do próprio filho dela 6bgc
A condenação dos três réus pela execução de Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, serve de alento para a mãe do estudante, a advogada Cristiane Coutinho.
“É um sentimento de paz, de alma lavada. É claro que eles vão recorrer, nós temos ainda uma batalha pela frente, mas essa primeira vitória foi importante demais para o meu coração de mãe”, diz a advogada, no dia seguinte ao júri histórico.

Nesta quinta-feira (19), após mais de 30h de julgamento, Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios foram condenados a 67 anos de prisão pela morte do garoto, somadas todas as penas. Mesmo sem nunca ter participado da fase de debates em um Tribunal do Júri, Cristiane atuou ao lado da promotoria como assistente de acusação, e teve papel fundamental na audiência.
Com o nome do filho bordado na beca, Cristiane comoveu o plenário com o seu apelo por Justiça. Apesar da tensão de ter de ficar frente a frente com os algozes do filho, a advogada conta que decidiu atuar no júri para honrar o nome do filho.
“Chorei muito no final de semana em que tomei essa decisão, porque meu filho queria ser promotor de justiça. Eu estaria ali como a promotora dele, ele queria muito, era o sonho dele. Quando ele me disse isso, os olhos dele brilharam”, chora.
Cristiane conta que teve medo de não segurar a emoção durante o julgamento.
“Tive medo de chorar em plenário, de não conter as lágrimas e tudo o que sinto dentro de mim, mas que nunca foi ódio. Eu quero justiça e que eles paguem pelo que cometeram. Eu precisava disso, não vou dizer que vou virar a página, porque a saudade e a dor não vão ar, mas eu precisava dessa decisão”, completa.
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Diante da perda do filho, Cristiane se apega à Justiça para continuar seguindo em frente enquanto lida com uma dor inexplicável.
“Meu dia das mães é terrível. Meu ano novo, o meu aniversário. Ele (Matheus) morreu cinco dias depois do meu aniversário, eu nunca mais consegui comemorar nada”, diz Cristiane aos prantos.
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Era 9 de abril de 2019, um fim de tarde, Matheus foi executado a tiros por engano enquanto deixava a garagem da casa onde morava com o pai, na Rua Antônio da Silva Vendas, no Jardim Bela Vista. O alvo era justamente o pai dele, Paulo Roberto Teixeira Xavier, ex-ajudante de ordens da família Name, apurou a investigação.
Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi condenado a 23 anos e seis meses de prisão pelo mando do crime. O policial aposentado Vladenilson Olmedo, e o ex-guarda civil, Marcelo Rios, foram condenados a 21 anos e seis meses e 23 anos, respectivamente, por planejarem a execução.