Cezário é ficha limpa, mas já foi condenado por usar dinheiro do futebol na política 5c6s30

Ele não só mandou valores da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul para própria conta, como também para a coligação que fazia parte 3y5u3n

Preso desde terça-feira (21) como chefe de um esquema de corrupção dentro da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, hoje é ficha limpa, mas em 2009 chegou a ser condenado por sacar dinheiro da conta da instituição e mandar para a sua. Ele nunca chegou a cumprir pena pelo crime,.

Francisco Cezário, presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), durante audiência pública sobre o estádio Morenão, em fevereiro de 2024, na Alems (Foto: Edmar Melo)
Francisco Cezário, presidente da FFMS durante audiência pública sobre o estádio Morenão, em fevereiro de 2024, na Alems (Foto: Edmar Melo)

Depois de 26 anos à frente da Federação, Cezário foi alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), como reflexo de investigação que durou 20 meses e revelou detalhes do esquema de desvio de dinheiro reado a entidade pelo governo do estado e pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Apesar de hoje a certidão de Cezário não mostrar nenhuma agem pela polícia, ou condenação judicial, essa não é a primeira vez que ele é pego por corrupção dentro da entidade esportiva.

Em 2009, cinco anos depois de terminar seu mandato como prefeito de Rio Negro – cidade a 137 quilômetros de Campo Grande – Cezário foi julgado por desviar dinheiro da entidade para bancar sua campanha eleitoral. Segundo os autos do processo, não só mandou valores para própria conta, como também para a coligação da qual fazia parte.

Na época, as investigações encontraram movimentações bancárias e até compensação de cheques reados pela Confederação Brasileira de Futebol a Mato Grosso do Sul; valores que ultraaram os R$ 50 mil.

  • Março de 1999: depositou em sua conta dois cheques, no valor de R$ 13.660,00, em nome da Federação emitidos pela CBF
  • Abril de 1999: sacou R$ 2 mil da Federação e depositou na própria conta, além de compensar um cheque da Federação no valor R$ 8 mil
  • Agosto de 1999: sacou R$ 3,5 mil da Federação e depositou na própria conta
  • Novembro de 1999: sacou R$ 3,5 mil e depositou na própria conta
  • Dezembro de 1999: sacou R$ 8 mil e depositou na própria conta
  • Janeiro de 2000: sacou R$ 3 mil e depositou na própria conta
  • Agosto de 2000: sacou R$ 15 mil e depositou na conta do partido

Na época, Cezário foi ouvido e não soube explicar a compensação dos cheques enviados pela CBF, mas confessou os saques da conta da entidade. Ele alegou em depoimento que fez tudo com “respaldo do Estatuto da Federação”, situação nunca comprovada.

Várias testemunhas confirmaram à Justiça que o presidente podia movimentar a conta da Federação para “ressarcir” gastos pagos com o próprio dinheiro. Porém, Cezário não conseguiu comprovar nada disso.

Ao fim do processo, o dirigente foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão em regime semiaberto pelo crime, além do pagamento de R$ 56.610,00 como reparação e danos morais à Federação.

Para evitar a prisão, recorreu da decisão. Na primeira vez, teve o pedido negado em segunda instância. Continuou com os recursos até que o crime prescreveu. Por isso, a pena foi extinta sem ele sequer ter cumprido um dia.

A reportagem tentou contato com a defesa da época, sem êxito. O atual advogado, Andre Borges, disse que o cliente é ficha limpa, como atesta certidão negativa de antecedentes enviada à redação.

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