Acordo é histórico, mas disputas por terras indígenas estão longe de acabar 495v6o

Em MS, atualmente, 154 propriedades rurais estão no meio de disputa entre indígenas e produtores rurais 495r4m

Apesar de simbólico, o acordo que pôs fim ao conflito fundiário na Terra Indígena Cerro Marangatu, em Antônio João, é só o primeiro o para solucionar um problema histórico em Mato Grosso do Sul. No estado, ainda restam áreas em que a disputa por território está longe de acabar.

Design sem nome 2024 11 26T190914.593
Vista aérea de terra indígena. (Foto: Marcus Vinnicius)

Segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), atualmente, 154 propriedades rurais estão no meio de disputa entre indígenas e produtores rurais, uma área que supera duzentos e setenta mil hectares, em vinte e nove municípios do estado.

“É preciso que o Supremo Tribunal Federal persiga este fim, traga para novas audiências novos casos, é preciso que a União coloque dinheiro no orçamento, é preciso, então, vontade política, porque disposição por parte dos proprietários rurais, eu penso que existe. Disposição por parte das autoridades políticas, também penso que sim. Então, é preciso agora que haja a designação dessas audiências e, o quanto antes, esses conflitos sejam extintos para o bem dos índios, dos proprietários rurais e da própria sociedade.”

Newley Amarilla, advogada.

O acordo em Antônio João só foi possível após a União rear R$ 27 milhões aos produtores pelas benfeitorias. Mais R$ 101 milhões, referentes à terra nua, ainda serão pagos até 2026. Um acordo que é observado com esperança para a solução de outras áreas em que os conflitos estão longe de uma solução.

Design sem nome 5
Vista aérea de terra indígena. (Foto: Marcus Vinnicius)

Leia mais 6p1262

  1. Compra de terras para indígenas em MS deve seguir regras b86r

  2. MS tem a maior taxa de detentos indígenas do país 3j1t6q

  3. Para Riedel, proposta de Lula pode dar fim a conflito fundiário em MS 2xg70

O produtor rural Ricardo Bacha é proprietário da Fazenda Buriti, em Sidrolândia. Há 11 anos, a região foi palco de confrontos armados entre terenas, forças policiais e produtores rurais. Os indígenas hoje têm a posse da área, que engloba 17 mil hectares e cerca de 30 propriedades rurais. O produtor aguarda uma solução.

“É um conflito que se arrasta desde o ano 2000, e os índios querem, têm a posse da terra, mas não têm o documento da terra. Nós, proprietários, não temos mais condições de voltar para a área porque a infraestrutura foi toda derrubada, não existe mais casa, não existe mais curral, não existe mais pasto, não existe mais cerca. Nós não podemos mais voltar. O que nós queremos? Receber. Queremos, da forma que aconteceu em Antônio João, que aconteça conosco também. Desde que haja um preço justo, para que possamos ser indenizados por aquilo que nos foi tirado.”

Ricardo Bacha, produtor rural.

O fim do conflito e a solução amigável também são o desejo dos indígenas.

“E eu acredito, no meu ponto de vista, que isso aí também é uma vontade do governo, tanto do Estado quanto do Governo Federal, de tentar resolver a questão da demarcação de nossas terras, desde que elas sejam garantidas como terras tradicionalmente indígenas. Acredito que é uma forma de por fim à mortalidade de indígenas em conflitos com os fazendeiros, com as polícias. Pagar por essas terras é a saída, é a solução.”

Valcelio Figueiredo, coordenador Regional do Conselho do Povo Terena de MS.

Marco temporal 724y2a

A demarcação das terras indígenas também segue em debate em Brasília. O STF (Supremo Tribunal Federal) ainda discute o marco temporal para delimitação dos territórios indígenas, e o prazo para realização das audiências foi prorrogado até 28 de fevereiro de 2025.

Segundo o ministro Gilmar Mendes, a prorrogação se justifica pela complexidade do assunto e pela necessidade de discussões mais aprofundadas. Até agora, já foram realizadas 10 audiências. A expectativa é que, com a prorrogação, o colegiado avance na busca de um entendimento que contemple todos os envolvidos.

FALE COM O PP 1318p

Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.

Leia também em Justiça! 2j6b70

  1. condenada

    Mulher que cegou ex com soda cáustica é condenada pela Justiça de MS 295y48

    A decisão que condenou Sônia Obelar ainda cabe recurso. ...

  2. Sophia Jesus Ocampo, morta aos 2 anos em Campo Grande. (Foto: Rede Social)

    Festa colorida dá espaço ao luto no dia em que Sophia faria 5 anos 2q5x6u

    A pequena Sophia Ocampo, que teve seu rostinho tantas vezes estampando...

  3. Suspeito possui tatuagem no peito com rosto de uma das vítimas. (Foto: Reprodução)

    Treinador de futebol é condenado a mais 50 anos de prisão por abuso de alunos em MT 4h4w1h

  4. Foto Justica

    Juizados Especiais celebram 30 anos com evento nacional e ações sustentáveis em MT 2c1i67

  5. Advogado Renato Nery foi alvo de atentado e morreu em julho na capital. (Foto: Reprodução)(Foto: Reprodução)

    Caso Nery: Justiça solta PMs suspeitos de forjar confronto com arma que matou advogado 6t4jp

    Justiça de Mato Grosso concedeu liberdade provisória aos 4 Policiais Militares que...

  6. Cuiabá Regula: MP quer suspensão de nova agência reguladora e volta da Arsec 6h3a53

    O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ingressou uma ação na Justiça,...