Rochas no Portão do Inferno, caem ou não? Geólogo esclarece dúvidas
Em entrevista ao MT1 desta quinta-feira (28), o professor de geografia da UFMT e presidente da Federação Brasileira de Geólogos, Caiubi Kuhn, esclareceu a dúvida
O Paredão do Portão do Inferno, localizado às margens da MT-251, principal trecho entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, impressiona pela beleza e também pelos perigos. Embora as quedas das rochas no local sejam um processo natural, as fortes secas que atingiram a região nos últimos anos intensificaram o processo.
A situação levanta a dúvida: a parte de baixo da estrada, corre o risco de cair?

Em entrevista ao MT1 desta quinta-feira (28), o professor da Faculdade de Engenharia da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e presidente da Federação Brasileira de Geólogos, Caiubi Kuhn, esclareceu a dúvida que chegou ao telejornal por meio de uma telespectadora. (Confira a explicação completa no vídeo no final da reportagem)
“Existe risco sim de ter queda de bloco nessa parte de baixo [da rodovia] também, porém quem consegue esclarecer de fato, se existe uma possibilidade neste momento são os estudos que a Sinfra anunciou que está fazendo, então é muito importante que esses resultados sejam compartilhados com a sociedade”, alertou o geólogo.
De acordo com o especialista, é possível visualizar que tanto na parte de baixo, como na parte superior dos paredões do Portão do Inferno, existem blocos que podem se soltar, já que isso é um processo natural deste tipo de relevo em Chapada.

No entanto, ele destaca que se existissem riscos imediatos, haveriam indícios desse movimento.
“Teríamos, por exemplo, rachaduras que apareceriam na parte da rodovia indicando que está tendo algum tipo de movimentação, ou, como aconteceu na porção superior, de ter quedas de blocos menores indicando que pode ter algum outro bloco menor que pode se soltar”, ressaltou o professor da UFMT.
Os paredões que ficam no trecho entre o Complexo Turístico da Salgadeira e o Portão do Inferno são uma forma de relevo denominada escarpa. O geólogo explica que em toda essa região pode haver quedas de blocos, que podem afetar áreas de 50 a até 100 metros, diante do fato de que o bloco pode rolar.
O presidente da Federação Brasileira de Geólogos, Caiubi, reforçou a importância do monitoramento dessas áreas.
“Toda a região de beira de escarpa tem risco de queda de bloco, o que precisa ser feito é o monitoramento. Precisam ser feitas visitas preventivas, o que têm faltado. O estado de Mato Grosso hoje não conta, dentro da Defesa Civil, uma equipe técnica permanente de profissionais concursados pra desenvolver esse monitoramento de risco.