Igreja histórica da comunidade Tia Eva é interditada em Campo Grande 181h73
Igreja tinha projeto de restauração, mas três anos após o lançamento a obra nunca começou 2z4e34
A histórica Igreja São Benedito, um marco da Comunidade Tia Eva, em Campo Grande, no bairro Seminário, foi interditada na terça-feira (8) pela Defesa Civil. O motivo é por risco de desabamento em parte da estrutura.

Em 2021, havia um projeto de restauração para o espaço. Entretanto, após três anos, o local permanece abandonado pelas autoridades.
Ronaldo Jeferson da Silva, presidente da Associação dos Descendentes de Tia Eva, lamentou a situação. Ele destacou a preocupação com a segurança dos moradores diante do perigo iminente representado pelo telhado.

“A interdição é por conta do risco de queda do telhado, achamos por bem pedir a avaliação da Defesa Civil, tendo em vista que desde o final do projeto há quase 3 anos, já tinha um laudo dos arquitetos sobre a possível queda e com o agravamento da situação pedimos para virem avaliar a situação. E agora perto da festa de 105 anos a igreja está interditada. A comunidade fica triste com a situação. Mas pela segurança principalmente dos moradores é o melhor a se fazer no momento”.
Ronaldo Jeferson da Silva, presidente da Associação dos Descendentes de Tia Eva.

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A comunidade Tia Eva é uma comunidade urbana remanescente de quilombo desde 1905, oficialmente reconhecida pela Fundação Cultural Palmares. Tia Eva, uma figura marcante, começou sua jornada como escrava antes de chegar a Mato Grosso, onde desempenhou diversos papéis na comunidade, desde lavadeira e parteira até cozinheira, curandeira e benzedeira.
Sua habilidade e conhecimento a tornaram uma referência procurada por muitas pessoas na região. Devota de São Benedito, fez uma promessa ao padroeiro para que curasse uma ferida crônica em sua perna. Conforme sua crença, a ferida foi milagrosamente curada após um período de tempo, e em gratidão, ela ergueu a igreja em homenagem a São Benedito em 1912. Desde então, a Festa de São Benedito tem sido realizada anualmente, a partir de 1919.
Atualmente, cerca de 200 famílias de descendentes vivem na comunidade, preservando não apenas suas tradições culturais e religiosas, mas também a memória de Tia Eva e sua devoção ao santo padroeiro.