Mudança de carreira: conheça a história de duas mulheres que se reinventaram p5l2g
Conheça a história de duas empreendedoras, que após arem por momentos marcantes na vida, mudaram totalmente de profissão 2x3d4s
Há diversos profissionais que estão no mercado de trabalho e que em algum momento, pensam ou decidem mudar de área. Muitas vezes é uma transformação radical, um ramo totalmente diferente. Porém, quando é necessário migrar de carreira?
A repórter Vivian Krajewski, da Morena FM, ouviu uma especialista e também encontrou histórias de pessoas que resolveram se arriscar.
? Ouça abaixo a reportagem da Morena FM: 2wb14

A pernambucana Karol Araújo vive em Campo Grande há quatro anos, e trabalhou com marketing e publicidade por aproximadamente dez anos. A rotina longa e intensa foi trazendo desgastes físicos e mentais ao longo do tempo.
Karol Araújo
“Aí aconteceu que no final de 2020 eu fui diagnosticada com síndrome do pânico e burnouts. Eu não conseguia mais voltar para aquele contexto de pegar no computador, de celular, sabe, da rede social em si.”
O diagnóstico foi o sinal para pensar em uma nova profissão, e logo depois, em janeiro de 2022, uma amiga apresentou a ideia de atuar em algo completamente diferente: Bolo de rolo.
O novo projeto foi um sucesso, e em outubro de 2023 elas foram ganhadoras em primeiro lugar em um prêmio nacional de empreendedorismo, e concorreram com 21 mil inscritos.
Por ser um trabalho assim, artesanal, mão na massa e tudo mais, literalmente eu mudei de carreira, né? Eu nunca tinha pensado em trabalhar com comida, mas acabei hoje, assim, empreendendo em outro lado, totalmente diferente, né? Inclusive, precisei desenvolver novas habilidades, né?
Karol Araújo
Pra área de confeitaria, eu já gostava de fazer doce, mas era totalmente diferente da proposta do bolo de rolo.
Uma pesquisa da maior empresa de recrutamento especializado do mundo, Robert Half, feita no ano ado, mostrou que 49% dos profissionais qualificados pretendiam buscar outro trabalho. A maior procura era por oportunidades mais próximas ao perfil e momento de vida.
Quando questionados sobre os objetivos da mudança, 61% apontaram a intenção de trocar de empresa, mas permanecer na mesma área, enquanto 39% afirmaram ter interesse em uma nova área de atuação, segmento ou profissão. Porém, uma dúvida comum, afinal, quando é a hora de respirar novos ares?
A reportagem ouviu a psicóloga Vânia Aquino, que atua na área de gestão de pessoas há mais de 20 anos.
Vânia Aquino, Psicóloga
“O que eu posso falar como especialista é que não existe um momento exato, sabe, não existe uma regra de bolo onde você possa definir. Esse é o momento em que farei uma transição de carreira, porque às vezes até uma demissão não esperada, ela pode servir como um grande impulso para esse processo. E as pessoas estão o quê? Se reinventando. Então aquilo que antes para mim servia, hoje eu estou num cenário que pode ser que fique obsoleto.
Nesse processo de transformação e de um novo olhar, as pessoas acabam também identificando em si alguns resultados e desafios que ela nem imaginava que ela poderia superar ou que ela poderia conquistar. Então nós temos assim várias pontas que podem trazer esse processo de transição de carreira.”
Outro estudo, realizado pela plataforma Empregos.com.br entre os dias 25 e 30 de novembro de 2023, com 517 participantes, revelou que três em cada quatro profissionais brasileiros gostariam de trocar de trabalho. O motivo principal seria a insatisfação dos funcionários, com 81,1% de descontentamento por parte dos entrevistados.
Vânia Aquino, Psicóloga
“A gente tem esse processo de busca por uma realização pessoal na profissão, entendendo que o trabalho é algo que a gente vai ar pelo menos 80% da nossa vida adulta. Então, quanto eu posso usufruir desse processo de uma maneira mais positiva? E o que é uma maneira positiva hoje? Qualidade de vida. É ter uma saúde mental. Por que o trabalho é uma fonte inesgotável de realização, de senso de realização em todos os sentidos? Materiais e pessoais. Mas, em contrapartida, hoje os números mostram que o trabalho também está trazendo a um processo de exaustão e adoecimento das pessoas. Então, esse cenário também está fazendo as pessoas o quê? Repensarem.”
Bruna Barros é formada em direito, e trabalhou como assessora jurídica de magistrados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Foram mais de dez anos no judiciário, até que, após perder a mãe, decidiu ter o próprio negócio.
Em 2018, a minha mãe faleceu e eu tive então um rompimento com quem eu era, na verdade, com tudo que era a Bruna antes desse período. Antes disso, eu realmente não pensava em empreender, em abrir a minha própria empresa nem nada. Depois disso, eu senti uma necessidade de me reconectar com as histórias, com os momentos, com tudo aquilo que eu tinha vivenciado com a minha mãe. Afinal de contas, eu sou filha única, então eu não tinha muitas pessoas para compartilhar dos momentos que eu tinha vivido com ela.
Bruna Barros, empresária

Para reviver e manter viva as memórias afetivas, ela mergulhou no universo dos chás e criou sua própria marca, que já vai para fora do estado.
A gente tinha muito esse hábito de estar juntas à mesa, de tomar um chá, de trocar uma ideia. Então hoje esse é o foco de vida e eu sou muito feliz. Eu tenho aí o direito como base para todas as relações que eu vou fazer, as parcerias, os encontros. O direito ainda rege, eu falo que eu sou o jurídico da minha empresa e nada se perde, né? Tudo se transforma e agrega, né? Hoje o direito não é o principal, mas ele continua vivo em mim e que bom que é assim.
Bruna Barros, empresária