Home office: empresas recuam e reforçam modelo presencial 40q24
Apesar da popularidade entre trabalhadores, o trabalho remoto e híbrido enfrenta resistência empresarial, entraves legais e desafios estruturais 6d211x
Durante a pandemia de Covid-19, o home office foi alçado ao posto de modelo do futuro. Em seguida, o trabalho híbrido — com parte da jornada em casa e parte no escritório — consolidou-se como alternativa viável para muitas empresas. No entanto, em 2025, o cenário mudou. Um número crescente de empresas tem recuado desses formatos, reforçando a retomada do trabalho 100% presencial.
Exemplos como o da Amazon, que exigiu o retorno integral de seus funcionários aos escritórios, ilustram essa tendência global. No Brasil, o movimento também se intensifica: empresas que adotaram o home office durante a pandemia agora revêm suas políticas e pedem maior presença física, inclusive entre aquelas que já operavam em regime híbrido.

Dados confirmam retorno ao modelo tradicional a2f51
Indicadores do mercado reforçam a revalorização do trabalho presencial. O mercado imobiliário corporativo, por exemplo, apresenta sinais de recuperação, com a taxa de vacância dos escritórios no país atingindo seu menor nível desde 2020.
Um levantamento da Gupy, em parceria com a LCA Consultoria Econômica, publicado em 2024, aponta que 87,2% das vagas abertas no Brasil são presenciais. Apenas 5% são exclusivamente remotas e 7% híbridas — números que desmentem a ideia de uma predominância do modelo remoto no país.
Desejo dos trabalhadores 1u5h3
Apesar de pesquisas indicarem o desejo dos trabalhadores por maior flexibilidade, a adoção definitiva do modelo híbrido enfrenta barreiras importantes. A transição exige mudanças profundas nas políticas internas, na infraestrutura tecnológica e na gestão dos contratos de trabalho.
Para implementação do trabalho remoto, as empresas precisam de adequar à nova regra e se atentarem a cumprimento da lei.
Tecnologia e segurança da informação sob pressão 4f1811
Um dos entraves mais citados pelas empresas é a necessidade de infraestrutura tecnológica adequada. Para que o home office ou o híbrido funcionem de forma eficiente, é preciso garantir conectividade, equipamentos apropriados e segurança da informação. Esse último ponto é especialmente sensível, já que o o remoto aos sistemas corporativos aumenta os riscos de ataques cibernéticos.
“Quando um colaborador trabalha remotamente, a empresa precisa garantir que seu equipamento esteja protegido contra vírus e outros riscos. Caso contrário, o risco de ataques cibernéticos pode comprometer a segurança da companhia”, alerta Carol Lagoa, cofundadora da empresa de tecnologia Witec.
Cultura empresarial e gestão conservadora 3d956
Outro obstáculo importante está na cultura das organizações. Muitos líderes ainda relutam em abrir mão da supervisão direta e da presença física dos colaboradores, o que afeta a confiança na produtividade e dificulta a adoção de novos modelos de gestão.
Segundo Tatiana Gonçalves, CEO da Moema Medicina do Trabalho, a escolha do regime de trabalho deve ser feita pelos gestores diretos, com base nas condições individuais de cada colaborador. “O modelo híbrido exige autonomia, responsabilidade e uma análise cuidadosa das condições de trabalho de cada pessoa”, afirma.
Além disso, Gonçalves destaca a importância de cumprir normas legais e regulamentações como a NR 17, que trata da ergonomia no ambiente de trabalho, e programas como o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). “Esses laudos são fundamentais para garantir a segurança dos colaboradores e minimizar riscos de doenças ocupacionais ou acidentes”, explica.
Um futuro híbrido — mas com cautela k6ba
Apesar dos desafios, o trabalho híbrido e remoto ainda são vistos como alternativas promissoras para empresas que desejam atrair e reter talentos. No entanto, o cenário atual mostra que a adoção dessas práticas exige mais do que boa vontade: requer planejamento, investimentos, ajustes legais e, sobretudo, uma mudança cultural profunda.
Enquanto o futuro do trabalho segue em processo de reconfiguração, empresas e profissionais precisam encontrar um equilíbrio entre flexibilidade e eficiência. O modelo híbrido ainda pode prosperar — mas para isso, será preciso enfrentar, com realismo e estratégia, os obstáculos que permanecem no caminho.