Professor atende pedido e paintball adaptado com bolinhas de papel faz sucesso entre alunos de escola pública 2f6p5j
“Gostei, mesmo perdendo”, brinca a estudante Ana Luiza Xavier, 14 anos. Ela e os colegas da Escola Municipal Professor João Cândido de Souza, do bairro Jardim Anache, em Campo Grande, estão treinando paintball como parte das aulas de educação física e, mesmo sem os equipamentos necessários, abraçaram a ideia e até criaram competições entre salas. […] 153pn
“Gostei, mesmo perdendo”, brinca a estudante Ana Luiza Xavier, 14 anos. Ela e os colegas da Escola Municipal Professor João Cândido de Souza, do bairro Jardim Anache, em Campo Grande, estão treinando paintball como parte das aulas de educação física e, mesmo sem os equipamentos necessários, abraçaram a ideia e até criaram competições entre salas.

“Ganhei uma vez só, por pura sorte”, ri Ana Luiza. Aluna do nono ano do ensino fundamental, ela elege a competição e a adrenalina como os grandes benefícios do jogo. “É a primeira vez que eu jogo. Eu gosto porque dá uma adrenalina, ficamos emocionadas e querendo jogar mais, acertar as pessoas e ganhar, que é o objetivo”, complementa.
A ideia de incluir o paintball como parte das aulas de educação física partiu dos próprios estudantes. Popular nos últimos anos, a prática é considerada um esporte de combate, individual ou em equipe, em que se usa um marcador de ar comprimido para atirar bolas de tinta colorida no adversário.
Como o equipamento é caro, o professor de educação física da instituição, Gildiney Alencar, precisou adaptar o jogo, trocando o marcador por petecas de jornal.
Na adaptação, cada estudante tem cinco bolas e não pode pegar novamente caso erre o adversário. Para montar o local, foram utilizados tatames que já eram usados em outras aulas. A ideia deu tão certo que os estudantes decidiram criar uma disputa entre as turmas.

“Começamos nesse quarto bimestre a trabalhar com as práticas corporais de aventura e os alunos pediram o paintball. Eu fui pesquisar um pouco mais para saber certinho e como eu já pratiquei, tenho uma facilidade com o esporte. Eu trouxe para cá e adaptei de uma forma mais lúdica, como não podemos usar o marcador”, explica o professor, de 29 anos.
Como não tem como marcar o adversário, os alunos são os próprios juízes. “Eles têm que se acusar e precisam manter a honestidade em relação a isso”, pontua o professor. Quem é acertado, precisa sair do jogo.
O estudante Flávio Carmona, 15 anos, é um dos mais empolgados na quadra. “Achei legal, bacana, principalmente a questão da união, de confiar mais uns nos outros. Tem a questão da defesa, do ataque, agilidade em se locomover. Com a pandemia, quase ninguém fazia exercício porque não estava saindo de casa e com a educação física a gente tende a se locomover mais, a correr”, ressalta.
Flávio nunca tinha tido a oportunidade de jogar, assim como Leandro Pereira da Silva, 15 anos. Aluno com deficiência, ele era um dos mais entrosados e demonstrou habilidade em evitar a bolinha do adversário. “Eu nunca joguei e gostei de participar”, conta, tímido.