Diretora é afastada após palestra sobre identidade de gênero em MT 2ev3y
Em vídeo, palestrante aparece dizendo que “gays, bis, trans e sapatão, estão todas organizadas para fazer a revolução” 26a35
A diretora da Escola Estadual Dr. Artur Antunes Maciel, em Juína, a 737 km de Cuiabá, foi afastada pela Seduc (Secretaria Estadual de Educação) após a realização de palestra sobre identidade de gênero na unidade escolar.
Vídeo que circula nas redes sociais mostra um palestrante falando os seguintes dizeres: “as gays, as bis, as trans e as sapatão, estão todas organizadas para fazer a revolução”.
De acordo com a Seduc, a diretoria regional de ensino já instaurou um procedimento para investigar o caso. Além disso, um novo profissional será nomeado para assumir a função da diretora.
“A Seduc reafirma seu compromisso em oferecer um ambiente escolar que prima pela qualidade do ensino, que possa ser atrativo, democrático e que respeite as diferenças”, diz nota da Seduc.
O Primeira Página tenta contato com a diretora afastada.
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A diretoria da Adufmat-Ssind (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso) emitiu nota de repúdio nesta sexta-feira (15) e enfatizou que o Brasil é o país que mais mata transsexuais do mundo.
Leia a nota na íntegra:
O Brasil é o país que mais mata pessoas transsexuais do mundo, muito à frente do México, segundo colocado. É também um dos países que mais mata pessoas LGBTs, tendo um LGBT morto a cada 27 horas. Pela “moral e bons costumes”, matamos mais do que países que têm previsão legal de pena de morte à LGBTs.
Dentro deste cenário, cabe a todo setor da Educação comprometido com a democracia brasileira, sobretudo a educação pública, oportunizar o debate sobre os direitos da população LGBT.
Consideramos absurdos os ataques recebidos pela escola, direção e palestrante, e um ataque à educação democrática o afastamento da diretora, por parte da SEDUC/MT. Em vez disso, a instituição deveria ter corroborado com a atividade, entendida como uma ação pedagógica necessária para a garantia de direitos LGBTs, e enfrentamento da cultura LGBTfóbica, que coloca nosso país como um dos mais letais do mundo a este segmento da população.
A população LGBT existe e deve ser respeitada em seus direitos, como qualquer cidadão brasileiro protegido pelo Estado democrático de direito.
Matéria atualizada às 16h34 em 15/09.