Defesa de doutorado em MS prova que lugar de LGBT é na universidade 950e

Em data histórica, Marco Aurélio de Almeida, de 38 anos, conquistou doutorado com tese sobre o lugar de fala de LGBTs nas universidades 616f3t

O Dia Internacional contra a Homofobia, celebrado nesta quarta-feira, 17 de maio, também é um dia de orgulho e comemoração para o servidor público, Marco Aurélio de Almeida, de 38 anos. Na manhã de hoje, o pesquisador foi aprovado Doutor pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), em Campo Grande, analisando justamente a importância do lugar de fala de LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis/Transexuais) nas universidades.

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Da esquerda para a direita, Ruth Pavan, Adir Casaro, Samilo Takara, Marco Aurélio, Megg Rayara e Carlos Magno. (Foto: Adriano Fernandes)

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Durante a pesquisa, Marco Aurélio entrevistou nove estudantes LGBTs da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).

O pesquisador relatou um pouco da história de vida desses personagens e, principalmente, eventuais discriminações, ofensas, ameaças e demais constrangimentos que eles tenham sofrido no ambiente universitário.

“Eu me propus a analisar como essas pessoas se veem representadas nesses espaços [universidades]. Se elas estão ou não sendo respeitadas e quais os desafios que essas pessoas enfrentam no ambiente acadêmico, por ser quem são”, afirma.

Na tese, o pesquisador também trabalhou os conceitos teóricos relacionados à gênero e orientação sexual, analisou qual é o envolvimento de LGBTs nos coletivos universitários e quais as diferentes percepções destes alunos que se reconhecem enquanto negros, brancos e indígenas.

Com base nessa pesquisa, Marco Aurélio propõe uma reflexão sobre a necessidade de transformar os espaços universitários ainda tão excludentes em ambientes mais plurais.

“É uma vitória minha e para o movimento porque não é todo dia que uma pessoa não-binária, conquista um título de doutor. Ainda mais no dia 17 de maio, uma data que é tão importante para o movimento LGBT”, comenta Marco.

A aprovação é sinônimo de orgulho e alívio para Marco Aurélio depois de muitas noites em claro estudando, inúmeras pesquisas e centenas de horas na frente do computador. A defesa da tese contou com a presença dos amigos que Marco Aurélio fez ao longo dos anos de trabalho dedicados aos movimentos sociais e à área da saúde.

Primeira doutora travesti e negra do país 621g4d

Entre os cinco integrantes da banca de avaliação da tese de Marco Aurélio, uma presença ilustre: a primeira travesti negra doutora em educação do Brasil, Megg Rayara Gomes de Oliveira.

Megg Rayara é docente da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e uma de pessoas que acompanharam a trajetória acadêmica de Marco Aurélio. Megg destaca a importância do conhecimento acadêmico que é produzido por LGBTs.

“É fundamental que LGBTs produzam debates, epistemologias para desmontar essa ideia posta nos espaços acadêmicos de que somente pessoas brancas, cisgêneras, heterossexuais, são capazes de produzir conhecimento. A defesa do Marco Aurélio é um ato político e quem ganha não são somente os LGBTs, mas a sociedade como um todo. É fundamental que essa produção acadêmica circule, que ela seja transformada em artigos, livros e que não fique restrita só neste universo”, comenta.

Em 2017, Megg Rayara se tornou a primeira travesti negra a receber um título de doutora no Brasil. Sua tese teve por tema racismo e homofobia na Educação. De lá para cá, Megg tomou posse na universidade em que conquistou o título de doutora, a UFPR, e segue inspirando outras transexuais e travestis que assim como ela, rompem todas as barreiras impostas pelo preconceito.

“Eu sempre falo que do ponto de vista pessoal, social e coletiva, o meu doutora é uma conquista muito importante. Mas a gente também deve lembrar que demorou muito tempo para uma travesti negra defender um doutorado no Brasil. Ou seja, a gente tem um processo de consolidação e constituição do espaço acadêmico no país, que começa a se efetivar no inicio do século 20, mas não vai abrindo espaço para todas as pessoas, por isso é fundamental que a gente denuncie: demorou demais”, conclui.

A banca de avaliação da tese de doutorado de Marco Aurélio também foi composta pelos professores doutores Samilo Takara (UNIR), Carlos Magno Nagles (UCDB), Ruth Pavan (UCDB) e Adir Casaro Nascimento (UCDB) .

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Amigos e professores que participaram da banca de Marco Aurélio. (Foto: Adriano Fernandes)

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