UFN3 de Três Lagoas pode ter reviravolta com conclusão pela Petrobras 1w412u
Secretário da Semadesc acredita que a petroleira deve retomar as obras da fábrica de fertilizantes, que estão 81% concluídas, em vez de fazer a venda 2e1936
O encerramento do processo de venda da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III) pode indicar uma reviravolta na novela do ativo inacabado da Petrobras em Três Lagoas, região leste de Mato Grosso do Sul. Em entrevista na tarde desta quarta-feira (25), o secretário da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, declarou que acredita que a própria estatal deve concluir a obra.
“Primeiro nós temos uma posição muito clara do término da obra, tanto pela Presidência da República como pela Petrobras. O que eu acredito nesse momento é que a tendência é muito mais a Petrobras transformar esse ativo em uma empresa da Petrobras do que ir pra mercado para fazer a venda. Acredito que a Petrobras deve apresentar ao Conselho de istração uma proposta de término pelo menos da UFN3, que já tem 81% concluído, dada a linha não privatizante que a gente tem visto a sinalização do governo Lula”, afirmou.
Verruck destacou que a decisão da Petrobras de encerrar o processo de venda da fábrica de fertilizantes não pegou o governo sul-mato-grossense de surpresa. “Nós já esperávamos em função da equipe de transição do governo Lula. Quando nós apresentamos a proposta da UFN3, a tendência do governo era suspender qualquer processo de venda na Petrobras. Então o ato público que aconteceu foi a suspensão do procedimento de venda.”
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De acordo com o titular da Semadesc, o presidente da estatal, Jean-Paul Terra Prates, e Geraldo Alckmin – vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – devem visitar a obra da fábrica de fertilizantes em março. Depois disso, será decidido o encaminhamento.
O processo de venda, que estava aberto desde 31 de maio de 2022, chegou a ter cinco empresas interessadas.
“Elas estiveram na obra no município de Três Lagoas pra ver toda a questão da tecnologia, fizeram uma avaliação do perfil de projeto, tiveram conosco aqui na secretaria pra avaliar o perfil de incentivos fiscais concedidos a essa obra até o momento e como seria a subsequente. Mas elas não tiveram a oportunidade de apresentar qualquer tipo de precificação desse ativo, que seria exatamente esse momento agora, quando a gente chama de proposta vinculante. Então esse encerramento da proposta encerra a possibilidade dessas empresas apresentarem uma proposta em termo de valor financeiro.”
Assim que as obras da UFN3 forem retomadas, a expectativa é que sejam concluídas em até três anos.

Novela da UFN3 5o5e1k
A construção da UFN3 começou em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com avanço físico de cerca de 81%, depois que a Petrobras rompeu o contrato com o consórcio responsável. Na época, mais de R$ 3 bilhões já haviam sido investidos.
Em setembro de 2017, o empreendimento foi colocado à venda. A estatal justificou que não tinha mais interesse em continuar no seguimento de fertilizantes.
O grupo russo Acron manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia.
Em fevereiro de 2022, a Petrobras informou que tinha chegado a um acordo com Acron, mas que a do contrato de venda dependia ainda de tramitação na governança da empresa pública.
No dia 28 de abril de 2022, a Petrobras divulgou comunicado informando que a compra da unidade pelo grupo russo Acron não foi concluída “tendo em vista que o plano de negócios proposto pelo potencial comprador, em substituição ao projeto original, impossibilitou determinadas aprovações governamentais que eram necessárias para a continuidade da transação.”
Depois de concluída, a UFN3 terá capacidade projetada de produção diária de ureia e amônia de 3.600 toneladas e 2.200 toneladas, respectivamente.
Segundo a Petrobras, a capacidade de produção de ureia representaria aproximadamente 20% do consumo aparente de ureia brasileiro em 2020.