Velha casinha guarda 78 anos de memória de Delinha 3u2k1u
Artista que morreu neste dia 16, deixa no imóvel do bairro Amambaí uma coleção de memórias 44121m
Dos 85 anos vividos, 77 deles foram ados na mesma casa, no encontro das ruas Paissandu e Engenheiro Roberto Mange, no Bairro Amambaí, em Campo Grande. E foi lá, na “velha casinha” que Delinha se despediu dessa vida.

A dama se mudou para lá quando ainda criança. O primeiro aniversário comemorado ali, na então casinha de madeira, foi com 8 anos de idade.
Apesar de ter vivido palcos e programas de rádio e TV do então Estado de Mato Grosso e São Paulo, era na casa de madeira que guardava todas as suas memórias, desde a primeira mesinha onde começou a aprender as letras do alfabeto, feita de madeira pelo pai, até o pano de prato de gatinho comprado e bordado pela mãe quando Delinha tinha 9 anos de idade.
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Inesquecível 3u2y23
A “velha casinha” sempre era entoada como canção quando Delinha falava de seu lar fosse só uma conversa ou entrevista. O bairro Amambaí só deixou de ser endereço fixo durante os anos de 1958 a 1965, quando Delinha ao lado de Délio foi viver em São Paulo.
Todos os cômodos remetem às casas antigas, de mobiliário de madeira e dão espaço a toda a vida de Delinha: fotos de família, shows, troféus, lembranças de festival, além de todo acervo de discos que Delinha estampou ao longo de décadas de carreira.
Reformada em 2020, a casa que era entre o rosa e o laranja ganhou tons de bege. Esse era que estava na memória de quem sempre ava ali, apontando o dedo, sabendo onde viveu a “Dama do Rasqueado”.
E se as cores da casa diziam sobre Delinha, seu vestuário dizia muito mais. Sempre vestida com saias coloridas, a artista abusava de cores e de vida ao subir ao palco. No guarda-roupa, contava mais de 200 saias e outras centenas de blusas. Todas longe da discrição: sempre rodadas, bordadas, com paetês e frufrus.

As cores nunca deixaram de aparecer na maquiagem. Os lábios só eram pintados de vermelho, as unhas idem.
Delinha também foi dona de bar. Sim, a casa de material de construção que se incorporou à velha casinha de madeira foi uma espécie de mercearia, e que chegou até a ser arrendado.
Religiosa 5r3il
Imagens de Nossa Senhora estampavam também a casa, inclusive o altar que sempre era a última coisa que Delinha fazia antes de sair de casa, pedir a proteção.
“Toda vez que saio de casa, eu falo: ‘Nossa Senhora, vamos ficar bem bonitinhas para fazer show, por favor cuida da nossa casa, de todos que vão sair e do meu cachorrinho. Cuida de tudo, por favor’, e faço o sinal da cruz”, explicou em entrevista à jornalista Bruna Mendes.
No auge das “lives”, Delinha fez estreia no mundo virtual com apresentação de uma manhã inteirinha pela internet, em maio de 2020. durante a pandemia, Delinha começou a venda de pen drives com todas as suas canções. Era uma forma de estar em contato com o público sem necessariamente subir ao palco.
“Eu vou e você continua
Sempre na mesma rua
Quando eu for para o além
Daqui eu não levo nada
Pois terei outra morada
São as voltas que o mundo tem
Você não pode acabar
Você terá que abrigar
A 3ª geração
Também não serei esquecida
Ficara por toda a vida
Minha imagem em formato de canção”Velha casinha
Da minha infância…