Pantaneiro nato, Edson tocou berrante na praia e agora grava para Netflix 2s5546
Nascido e criado em comitivas pantaneiras, Edson nunca tinha conhecido o mar. Aos 50 anos, ele saiu de Miranda, cidade distante a 190 km de Campo Grande, com destino ao Rio de Janeiro, para mostrar um pedacinho da sua cultura. Lá, pisou na praia de botina e tudo, tocando o berrante que o acompanha pelas estradas da vida.
“Foi inexplicável de emocionante. Ver a praia pela primeira vez foi maravilhoso, imagina ainda levando a nossa cultura”, relembra Edson Lopes da Silva.
Cuca de comitiva, como são chamados os cozinheiros da tropa, Edson não esconde a alegria de ver de perto o mar bravo carioca, ao lado da esposa e companheira de trabalho, Lilian Leite Benites da Silva, 49 anos. “Graças a Deus, a viagem foi boa no Rio de Janeiro, tive o privilégio de conhecer o mar pela primeira vez, fiquei muito orgulhoso e emocionado. Já na hora da chegada, no calçadão, o motorista parou e descemos na praia, de botina mesmo”, ri.
Toda essa experiência foi possível porque Edson resolveu transformar seu conhecimento na lida da comitiva em empreendedorismo, participando de eventos particulares e cozinhando para até 300 pessoas. No Rio de Janeiro, ele participou da Semana Pantaneira, uma mostra Casa Brasil Central, no CRAB, oportunizada pelo Sebrae MS.
“Tudo isso foi incrível, ainda mais levando a nossa cultura para o meio da Praça do Tiradentes”, diz. Lá, ele cozinhou ao vivo e ainda declamou um poema em homenagem ao Pantanal, onde nasceu, cresceu e aprendeu a amar.
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De estranho mesmo, só a correria. “amos quatro dias lá. Assim, lá é todo mundo corrido, não é igual nós, que para, toma uma tereré, tem que pegar um tal de Uber, vamos que vamos”.
Documentário da Netflix 5p262k
De volta a Miranda, Edson está participando das gravações de um documentário sobre o Pantanal, que deve ser exibido na Netflix, maior serviço de streaming do mundo.
Em frente às câmeras, ele e os nove peões que o acompanham precisam mostrar como são as comitivas e o trabalho que desempenham a vida toda.
“Eles querem ver como é a cozinha de comitiva, como é a vida aqui no Pantanal e os pantaneiros, a lida com o boi”, explica.
Experiência que seu Edson tem de sobra. “Eu nasci dentro do Pantanal, fui nascido e criado, trabalhei muito em fazenda, tocava boi também, agora que vim montar a cozinha, mostrando um pouco da nossa cultura e também ganhando um dinheirinho para nós”.