Conheça Emanuelle Guedes, que aos 25 anos vai comandar a Orquestra Sinfônica da UFMT 41125
Jovem regerá músicos no concerto que homenageará o bicentenário da Independência do Brasil 522c1u
O amor pela música começou cedo, quando ainda era criança e cantava no coral da igreja, mas Emanuelle Guedes não esperava alcançar tão cedo, aos 25 anos, um dos seus grandes sonhos: reger a Orquestra Sinfônica da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso).

A partir de 7 de setembro, durante a celebração do bicentenário da Independência do Brasil, ela se torna a segunda mulher a reger a orquestra. Mas para chegar a tal posto, enfrentou várias barreiras.
Ela começou no coral da igreja, mas, depois, ou a se aprimorar nas teclas dos pianos. Mais tarde, decidiu cursar bacharelado em Música, com foco em regência, na UFMT, onde se descobriu na orquestra.
“Aqui, assim como em quase todas as orquestras do mundo, existe um histórico majoritariamente masculino. Até poucos anos atrás, as mulheres não eram aceitas, nem respeitadas e nem itidas em posições de liderança”, afirmou.

Agora, trilha o mesmo caminho aberto pela primeira mulher a liderar a orquestra, Silbene Perassolo, em 2002.
“Me sinto honrada pelo reconhecimento profissional. Esse sexismo não deveria existir, o que deve ser levado em consideração é o trabalho. Eu me sinto feliz e sinto que é um avanço no sentido de eliminar essa atitude do meio musical e orquestral”, contou.
Apesar dos desafios, ela afirma que a visão predominante masculina no meio artístico tem ado por mudanças.
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“É importante que os diretores artísticos tenham essa visão de não fazer essa diferença e não continuar essa prática tão errada. Isso em todas as profissões. Ninguém deve ser julgado pelo sexo, mas, sim, pela competência e trabalho”, disse.
Outro fator que ela aponta que impactou no ambiente de trabalho é a idade, pois muitos diretores não dão oportunidade aos jovens.

“Não há investimentos de novos regentes. Ali, você constrói o seu respeito e relação de reciprocidade, porque, para alguns, o primeiro impacto é: ‘Nossa, o que eu tenho de carreira, ela tem de idade. É muito jovem’. Há uma resistência por parte dos músicos por causa da idade”, disse.
Além de tudo isso, a jovem também precisou enfrentar outra barreira: a escassez de oportunidades de trabalho no meio musical.
“Não temos muitas orquestras e, nas poucas que temos, há um regente. Se eles não dão oportunidade aos jovens, eles se mantêm até o final. Então, o mercado é bem escasso. Inclusive, vemos muitos músicos formados partindo para docência ou construindo um projeto para ter a oportunidade de reger, porque o mercado é escasso. Não se têm tantas oportunidades e nem orquestras para a quantidade de maestros”, ressaltou.
Repertório 56t46
Na apresentação do 7 de Setembro, o concerto começa com obras de Schubert, Barber, Guerra-Peixe e Bernstein. A segunda parte conta com a artista mato-grossense Estela Ceregatti, a solista da noite. O evento começa às 20h, no Teatro Universitário, no campus da UFMT em Cuiabá.
Os ingressos estão à venda no site da Fundação Uniselva com coleta de alimentos que serão doados ao Abrigo Bom Jesus, na Capital.