Conheça as práticas funerárias indígenas em Mato Grosso 2n1y4q

O Primeira Página te convida a uma jornada fascinante pelas tradições ancestrais, através dos artefatos milenares 4x5a5q

Ao entrar nas profundezas da história, as urnas funerárias encontradas em Mato Grosso revelam um universo de crenças e práticas dos povos indígena que habitaram a região. Neste sábado (2), é celebrado o Dia de Finados, e o Primeira Página te convida a uma jornada fascinante pelas tradições ancestrais através dos artefatos milenares.

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(Foto: Thiago Crepaldi/ Acervo Instituto Ecoss e MHNMT)

A arqueóloga Suzana Hirooka, do Instituto ECOSS (Equipe do Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais), revela detalhes fascinantes sobre essas antigas tradições, presentes na exposição do Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá.

“As urnas no Brasil foram feitas de cerâmica pelos povos indígenas da pré-história, atualmente essa tradição já acabou. Antes de chegar os primeiros colonizadores, os indígenas faziam as de barro e enterravam seus entes queridos dentro desses recipientes.”

Na história, há vários tipos de urnas funerárias e cada etnia da pré-história realizava o enterro a sua maneira.

De acordo com a arqueóloga, há urnas grandes, que colocavam o corpo inteiro e enterravam no solo, lago ou na caverna. Na região de Água Boa, a 736 km de Cuiabá, foram encontradas urnas atrás de uma cachoeira.

“Eram urnas pequenas com cinzas humanas, acompanhadas de várias vasilhas menores que possuíam oferendas. Não sabemos que tipo de oferendas eram, porque não encontramos o que estava dentro dessas pequenas cerâmicas. Conseguimos resgatar apenas as cinzas que estava dentro de uma urna menor.”

Outra urna que foi encontrada, é de um ritual de sepultamento que esquartejava a pessoa. Dentro da pequena urna foi encontrado apenas o crânio.

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(Foto: Pedro Ivo de Lima Almeida Prado/ Acervo Instituto Ecoss e MHNMT)

“A questão do crânio é muito importante na cultura da pré-história, porque é onde a pessoa olhava, comia, cheirava. Então muitas vezes, algumas culturas manejavam esses crânios como modo de se aproximar desse ente e que esse parente ainda fique entre eles através desse crânio. Tanto que muitos desses sepultamos feitos dentro da própria casa, que daria esse conforto que o falecido ficasse nesse ambiente familiar.”

Suzana também contou outros rituais funerários de povos indígenas que viveram e ainda existem em Mato Grosso, a exemplo do Bororo, que não utilizavam urna funerária de cerâmica, mas sim cestas de palhas para enterramento secundário, ou seja, após um tempo, desenterram o falecido, lavavam seus ossos para tirar os resíduos e enfeitavam com plumas, penas de araras azul e vermelho, principalmente o crânio.

“Como Chapada dos Guimarães é uma região do povo Bororo, já foi encontrada uma dessas urnas funerárias, em um pequeno abrigo no alto de um paredão que tinha que ser escalado. O ritual de sepultamento traz muitas informações sobre a cultura. Os bororos am por um longo período de luto, envolve tristeza e até escarificação, com espinha de peixe. A dor não vem só da tristeza, mas da física também.”

Já os Xavantes, enterram no centro da aldeia. O processo de luto envolve um ritual no qual os parentes cortam ou raspam os cabelos. Segundo a presidente, tem uma cerimônia que acontece um ano após a morte do parente indígena, que seria o ritual fúnebre Kuarup, geralmente realizado em agosto.

“Eles enfeitam tocos de madeira com desenhos, penas, colares no qual essa madeira representa o morto. Nesse processo do festejo, que tem cantos e danças, teria um momento que o espírito voltaria para aquele ritual e quando termina esse pedaço de madeira é jogado dentro da água.”

No museu há urnas funerárias que mostram a cremação e também da cabeça decepada, que, atualmente, não existem culturas que realizam esses rituais.

“O fato interessante, é que muitos indígenas mesmo não tendo esse ritual vivo na sua cultura, eles reconhecem algumas das urnas como sendo dos seus anteados e muitos pedem a repatriação, pois estão fora do Brasil, e que volte com segurança para estar no museu para os brasileiros poderem ver.”

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