Conheça a cerimônia indígena realizada para homenagear familiares mortos 154n4c

O Kuarup, ritual fúnebre e sagrado que homenageia os familiares perdidos e encerra o período de luto das etnias indígenas, está sendo realizado em cinco territórios de Gaúcha do Norte e Querência, a 595 e 912 km de Cuiabá. As cerimônias ocorrem em agosto e setembro.

O ritual é considerado uma das maiores manifestações das populações indígenas do Brasil e é realizado no Xingu, em Mato Grosso.

No último final de semana, o ritual foi na Aldeira Aweti. Neste sábado (12) e domingo (13) é a vez da Aldeia Ipatse Kuikuro e, nos próximos finais de semana, nas aldeias Nafukua, Kamayura e Yawalapiti.

Sempre um ano após a morte de parentes indígenas, eles são representados por troncos de madeira ornamentados e colocados no centro das aldeias.

No primeiro dia de celebração, são feitas as pinturas dos troncos e dos familiares em luto, além da recepção de convidados de outras etnias.

Já no segundo dia, há uma luta tradicional entre os guerreiros, que se preparam desde a noite anterior.

No final, os ornamentos são entregues às famílias em luto e as toras de madeira são atiradas ao rio, o que simboliza a libertação da alma dos mortos.

O ritual é marcado por danças, música, canto sagrado e orações. Além disso, a tradição inclui o ritual de iniciação das meninas moças, que ficam reclusas por um ano e, então, aparecem com franjas de cabelo que cobrem o rosto.

Elas são direcionadas aos chefes das aldeias e oferecem alimentos a eles. Então, as franjas são contadas, o que simboliza que estão prontas para o casamento.

Peixes são oferecidos, pelos indígenas, aos convidados, em um momento de agradecimento e união.

A cerimônia é aberta apenas para populações indígenas e representantes de instituições convidadas.