Aspectos históricos da viola de cocho podem ser vistos em portal online y6z34
Produzida manualmente por cada mestre, com técnicas, crenças e saberes, uma viola de cocho jamais terá uma cópia! 2w2s5d
O som e a cultura que vêm da madeira: há mais de dois séculos, a viola de cocho e as manifestações culturais nas quais é utilizada – cururu e siriri, é sinônimo de diversão, alegria e religiosidade para os povos que vivem em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. E agora, a fabricação do instrumento e suas características históricas podem ser conhecidas através do portal de bens culturais imateriais do Iphan (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional).
Portal online de patrimônios 1m2b1w
Ligada ao ado rural dos Estados, a fabricação do instrumento, com a mesma madeira e técnica utilizadas em cochos – recipiente onde o alimento de gados é colocado, foi registrada como Patrimônio Imaterial do Brasil em janeiro de 2005, pelo Ministério da Cultura.
Há 23 anos, pensando em uma maneira de dar maior reconhecimento e preservar os bens culturais imateriais do país, o governo lançou o Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, que criou o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, criando também o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, executado pelo Iphan.
Com isso, Livros de Registro foram disponibilizados na plataforma online do Instituto para falar dos bens culturais brasileiros e são divididos em quatro categorias: Celebrações, Lugares, Formas de Expressão e Saberes – na qual está inserido o Modo de Fazer da viola de cocho.

Além de ar os Livros, o usurário ainda pode navegar por um mapa interativo na plataforma, o que permite conhecer os patrimônios imateriais de cada região do país, separadamente.
Todo esse conhecimento é facilitado através de mídias, descrições, abrangência do registro, instituições parceiras, pareceres técnicos e toda a documentação relacionada ao bem cultural.
Os bens culturais imateriais que podem ser registrados pelo Iphan são os que possuem continuidade histórica, relevância para a memória nacional e são referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira.
Por isso, a partir dessa ação de preservação do conhecimento histórico sobre a fabricação da viola de cocho, bem como dos ritos nos quais é utilizada, permite que a cultura seja mantida e continue encantando brasileiros desta e das próximas gerações!
Origens da viola de cocho q84a
Ninguém sabe ao certo quando e como a viola de cocho surgiu no mundo, mas alguns estudiosos a colocam na família dos alaúdes curtos que, desde tempos ancestrais, aparecem em culturas asiáticas, europeias, africanas e americanas.
No brasil também não é certa a data das primeiras violas. Mas, no fim do século XIX, o cientista alemão Karl von den Steinen descreveu, em seus estudos, as festas religiosas do Pantanal, onde o siriri e cururu ganhavam melodias através da viola.
O instrumento tradicional e artesanal tem suas singularidades! É fabricado a partir de matérias-primas existentes na Região Centro-Oeste do Brasil, simbolizando uma realidade ecológica, social e cultural construída historicamente por grupos sociais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Seu nome tem a ver com a técnica de escavação da caixa de ressonância da viola em uma tora de madeira inteiriça, a mesma utilizada na fabricação de cochos de alimentação de gados.
Nesse cocho, já talhado no formato de viola, um tampo é fixado e, em seguida, as outras partes instrumento, como cavalete, espelho, rastilho e cravelhas são feitas pelos mestres cururueiros e dançarinos de siriri, tanto para uso próprio, quanto para atender à demanda do mercado regional.
Produzida manualmente por cada mestre, com técnicas, crenças e saberes, uma viola de cocho jamais terá uma cópia!

Os acordes da viola de cocho podem ser ouvidos na Capital Mato-grossense, Várzea Grande, Santo Antônio, Jangada, Rosário Oeste, Nobres, Diamantino, Nossa Senhora do Livramento, Poconé e Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá.
No estado vizinho, o som do instrumento ecoa, principalmente, pelas cidades pantaneiras de Corumbá e Ladário.
Acompanhada pelo ganzá e tamborim ou mocho, a viola faz parte do cenário musical, coreográfico e poético do cururu e do siriri, principalmente em festas populares culturais e de devoção aos santos.

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Tendo como matérias primas a madeira, sumo de batata ou tripa de animais para a colagem das partes, e fios de algodão, a fabricação do instrumento precisou ar por adaptações ao longo do tempo, sem perder a histórica técnica de entalhe.

Primeiro, o molde: o artesão risca o formato da viola em um papelão e copia o formato em cima do pedaço de madeira. Depois, o entalhe inicia, momento em que é retirado o excesso de madeira em volta do formato desenhado na madeira.
Em seguida, o entalhe do cocho, deixando a caixa de ressonância com cerca de 1 cm no fundo e nas laterais. Essa parte necessita de muita habilidade, coordenação motora e uma forma suave de lidar com a madeira para que ela não quebre.
Depois de escavado o cocho, o tampo é colado. Antigamente, o grude usada era à base de tripa de animais como macacos, capivaras e peixes, mas atualmente a cola industrializada ou a substituir.
Após a secagem da cola, inicia o processo de lixação e acabamento da viola, fixando o cavalete e os demais itens da viola, como as cinco cordas de náilon.
As violas podem ser decoradas, desenhadas a fogo e pintadas, ou mantidas na madeira crua, envernizadas ou não. As fitas coloridas amarradas no cabo indicam o número de rodas de cururu em que a viola foi tocada em homenagem a algum santo – que possui, cada qual, sua cor.