VÍDEO: Adiado 2 vezes, casamento em dia de vendaval só acontece com luz vinda de caminhão 4z1y6v
Adiado duas vezes por conta da pandemia, quando enfim chegou o grande dia do casamento dos advogados Sâmara e Felipe, um vendaval trouxe apagão para a cidade inteira. Tempestade de areia, ventos que atingiram quase 100 km/h, quedas de mais de 250 árvores são parte da descrição do que foram as horas que antecederam a […] 6t136j
Adiado duas vezes por conta da pandemia, quando enfim chegou o grande dia do casamento dos advogados Sâmara e Felipe, um vendaval trouxe apagão para a cidade inteira. Tempestade de areia, ventos que atingiram quase 100 km/h, quedas de mais de 250 árvores são parte da descrição do que foram as horas que antecederam a cerimônia.
O casamento marcado para 19h30 da última sexta-feira (15) atrasou em 1h30 e só aconteceu graças ao segundo gerador, que funcionou a diesel ligado a um caminhão.
A calmaria com que a noiva narra o dia demonstra o quanto ela estava confiante, mesmo tendo se debulhado em lágrimas no estacionamento do buffet, esperando a luz voltar.

Vendaval o6533
Do salão, a noiva Sâmara Almeida Recaldes Higa, de 30 anos, acompanhava o vendaval se formando no céu. Era a confirmação do que ela já havia encarado na previsão do tempo. “Me preparei para chuva, porque a meteorologia dava 100% de chuva e possibilidade de temporal”, recorda.
Na sexta (15) à tarde, enquanto se arrumava com as madrinhas, a mãe e a sogra, começou o poeirão, o vento derrubando árvores e uma chuva de mensagens no celular da noiva. “Todo mundo falando para eu me acalmar, que o temporal era ageiro, e que à noite não ia ter mais chuva. Só que eu já estava vendo vários alertas da Defesa Civil e pessoas falando nos grupos que não tinha mais energia nos lugares”, conta.
O contrato fechado com o buffet previa gerador, então, mesmo que acabasse a luz, a noiva sabia que festa ia acontecer. “Não acabando a luz no salão, eu vou me manter tranquila, porque eu sou uma pessoa tranquila”, tentava dizer a si mesma.
O noivo, Felipe Higa, de 33 anos, já deveria estar no buffet às 17h, local onde ele se arrumaria para a cerimônia, conforme o combinado. Só que na região, a energia já havia acabado. Sem que a noiva soubesse de nada, Felipe tratou de dizer que estava só atrasado. “Ninguém quis me contar que já estava sem luz lá. Me arrumei no salão e fui para o local da festa”, relata.
Sem luz 4c3x53
Com a cerimônia prevista para começar 19h30, a noiva não queria atrasar e chegou pontualmente ao buffet. “Na hora que ia entrar o primeiro casal de padrinhos, apagou a luz. E eu pensei no gerador, que era só o tempo deles ligarem, mas o que eu não sabia que eles já estavam no gerador. Era o gerador pifando”.
Enquanto esperava no carro, a noiva via a cerimonialista entrando em contato com a empresa do gerador e até o engenheiro eletricista do buffet foi chamado. “Nisso já faziam 45 minutos e nada. Todos os meus convidados estavam lá dentro. Eu comecei a ficar desesperada, porque já tinha dado tempo deles estabilizarem o gerador, mas não tinha nenhuma resolução, foi quando comecei a chorar de soluçar”, lembra.
Desesperada, a noiva estava na companhia do pai, da mãe e da irmã, dentro do carro e só pensava que não teria festa nenhuma em meio ao apagão.
Juntos há sete anos, o casal havia se conhecido no escritório onde os dois são advogados e planejavam o casamento há um ano e meio. A primeira data estava marcada para 22 de maio de 2021, que acabou adiada para 7 de agosto e depois para 15 de outubro, dia do vendaval.
“Minha mãe já nem tinha mais forças para me dar, de tão desesperada que estava. Existia um problema e ninguém sabia como lidar e era um problema na cidade inteira, algo sobrenatural. Eu só pensava: ‘não é para eu casar'”, descreve.
Caminhão 4u3c69
Enquanto as lágrimas caíam pelo rosto de Sâmara, os convidados tentavam consolá-la. Centenas de mensagens continuavam chegando de amigos que diziam que esperariam o tempo que fosse pelo “sim” do casal no altar. A acolhida foi tamanha que trouxe força à noiva para se recompor assim que a energia voltou.
“Eles me diziam que estavam todos tranquilos, acomodados, aguardando e que era para eu confiar, porque a energia ia voltar ou iriam conseguir estabilizar o gerador, que eles não iam embora enquanto não acabasse a festa. Isso foi acalmando meu coração”, reproduz.
Depois de 1h30, às 21h, a energia voltou com um caminhão trazido pela empresa para atuar como gerador. A diesel, a luz estava restabelecida e Sâmara já podia se preparar para a entrada.
Com um pó iluminador, a cerimonialista retocou a maquiagem da noiva que se manteve intacta mesmo depois de tanto choro. “Ninguém falava que eu ia tinha chorado dentro do carro”, brinca. Ainda sob tensão e orando para que o caminhão não parasse, Sâmara entrou com os pais e foi até o altar.
“Ainda muito abalada, eu não conseguia sorrir direito, mas a hora que eu vi o Felipe e ele chorando muito, foi quando eu relaxei e pensei: ‘tudo valeu a pena’. Eu vi todas as pessoas em volta chorando, vi o quanto ele estava emocionado e segui para a cerimônia pensando que ia dar tudo certo”, descreve.

Emoção 3a6c5y
A sensação no altar era de, enfim, um final feliz depois de dois adiamentos por conta da covid-19. No olhar dos convidados, a noiva via a mesma sensação. “Ufa, deu tudo certo. Era isso que eu pensava, porque eu sabia que tinha muita gente preocupada e a cerimônia estava acontecendo, isso emocionou os convidados”, diz.
Com a energia estabilizada, o casamento seguiu normalmente, até o sim, os votos e a troca de alianças. Felipe e Sâmara pareciam até ter combinado o que falariam um ao outro no altar. As palavras de um completavam a história do outro.
“A gente se conheceu no trabalho e nos votos dele, ele disse que sete anos atrás procurava chamar minha atenção, dando ‘bom dia, dra’, ‘o que eu posso te ajudar">Quero deixar minha opinião!