Tatuagem eterniza amor de neta por avô: "Fico emocionada quando vejo" h1872

Muitas tatuagens carregam verdadeiras histórias de vida e memórias que jamais serão esquecidas – afinal de contas, estão marcadas na pele! É uma forma que muitos encontram para eternizar um momento especial, uma pessoa, um pet… E foi justamente isso que Rebeca de Azevedo fez: ela eternizou em si a imagem de seu Benedito, o avô, carinhosamente chamado por ela de vô Dito.

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“Era uma pessoa muito comunicativa, conhecido por todo mundo. E eu, uma pessoa introvertida, sempre irei isso nele. Fora que era uma das pessoas mais empáticas que eu já tive a oportunidade de conhecer e que me ensinou a ser assim também”, declara a neta, de 24 anos.

Em 2017, Rebeca mudou-se de Santa Bárbara do Oeste, interior de São Paulo, para estudar Ciências Sociais em Campo Grande. Durante boa parte de sua vida, viveu junto dos avós maternos.

“Como não sou de CG todas as férias que eu tinha da faculdade eu ia ar as férias na minha cidade (…) dividindo meu tempo entre ficar com meus avós e com meu pai, mas por ser muito apegada a eles [avós] meio que ficava a maior parte do tempo lá”, recorda.

Seu Benedito, segundo Rebeca, além de ser um homem simpático, adorado por muitos, era também um tanto dramático, ainda mais quando a neta foi morar longe.

“Trocávamos mensagens do ‘bom dia ao boa noite’ todos os dias, assim como eu fazia com minha avó e meus pais também”, conta ela.

Último adeus… 1n246b

Até que, em 2019, as férias da mestranda chegaram ao fim e ela estava pronta para voltar para a capital de MS. No dia da volta, durante a despedida do avô, ela ouviu a famosa frase do vô Dito: “Olha, Re, essa é última vez que nos veremos, mas eu te amo”.

Apesar da estudante ouvir isso algumas vezes, por algum motivo, escutar novamente, naquele momento, fez ela sentir algo diferente…

“Me pegou muito, e só respondi dizendo que eu o amava muito também, para sempre”, relembra.

Dias depois, seu Benedito ou mal e precisou ser internado. Naquele ano, ainda em 2019, veio à falecer. Rebeca jamais esqueceu do último adeus.

“Foi um baque muito grande pra mim. Mas aquela despedida dele ainda parecia que ecoava em mim, como se ele já soubesse o que aconteceria e que ali eu tive a oportunidade de me despedir. Ele havia me dado o privilégio de ser a única avisada”, diz Rebeca.

Vô Dito era também uma pessoa muito cristã, então, para a neta, ele realmente sabia que ali era seu último abraço.

Após sua partida, Rebeca revela que ficou com muito medo de esquecer o rosto e até mesmo a sua voz. O amor era tão grande, que ela tinha salvo em seu antigo celular o último áudio recebido por ele, em seu aniversário, em 2018.

“Que eu ei a ouvir todos os anos subsequentes, mas esse celular quebrou e fiquei meio desesperada, porque não havia feito nenhum backup”, completa Rebeca.

Até que um dia, sem saber como, uma prima enviou uma foto dela com seu querido vô Dito. Na imagem, antiga, ele a segura no colo e a prima em pé, na frente dos dois.

“Eu já havia feito uma outra tatuagem pra ele, que é um pássaro que tenho na panturrilha esquerda, porque ele era apaixonado por arinhos, mas decidi fazer essa outra porque assim eu tenho a certeza absoluta que, ainda que e muitos anos, eu vou sempre lembrar do rosto dele, que, inclusive extremamente parecido… sempre fico emocionada quando vejo a tatuagem do jeito que era ele e sempre cuidando de mim”, finaliza.

“Arte viva” 1j3g4g

Quem reviveu na pele de Rebeca o vô Dito foi a tatuadora Sol Ztt, de Campo Grande. Para ela, o trabalho é um desafio.

“Eu até brinco falando que no dia da tattoo é um parto do bebê que estávamos criando até na hora de nascer em pele. E rola dor, emoção… Nascimento de uma arte, uma arte viva”, enfatiza a profissional.

O Primeira Página já mostrou outros belos trabalhos de tatuadores. Inclusive, de vários netos que, assim como Rebeca, carregam em si o amor gigante pelos avós. Vem ver aqui!