Sorriso no rosto é o maior presente de quem faz a alegria das crianças no Natal 6k418
Qual o melhor presente para quem se doa o ano inteiro pelo bem do próximo? O Primeira Página foi descobrir no Jardim Ouro Preto, na periferia de Campo Grande 332m1n
O Natal é sinônimo de presentes e para quem dedica a maior parte do tempo a fazer o bem para a criançada, a recompensa nesta época do ano vem das formas mais singelas. “Meu maior presente é ver o sorriso de uma criança. Ver que elas ficaram felizes com o trabalho que a gente faz”, comenta a confeiteira Cristina Ramos, voluntária do Instituto Jardim de Deus, iniciativa que transforma a rotina e a vida de crianças e adolescentes do Jardim Ouro Preto, na periferia de Campo Grande.

Na tarde desta sexta-feira (23), dezenas de crianças se reuniram na sede da associação de moradores do bairro, que concentra as atividades do Instituto, para receberem os mimos arrecadados pelos 24 voluntários da instituição, com empresas da Capital, prefeitura e governo.
“Só de olhar na carinha deles e ver que eles estão felizes, já vale todo o esforço. Virei mãe de todos, acolhi todas as crianças e busco estar sempre presente em todas as aulas, ações”, acrescenta Cristina.
A confeiteira é braço direito do idealizador do instituto e atual presidente da Associação de moradores do Jardim Ouro Preto, o pastor Márcio do Carmo Vieira, que há 26 anos se dedica a trabalhos sociais, em Campo Grande. Ele assumiu o comando da presidência do bairro há três anos e desde então não tem medido esforços para proporcionar mais educação, cultura e aprendizado para os pequenos. Contribuir com a formação de melhores seres humanos é o que motiva o líder social.

“A maior recompensa é ver eles se transformando, ajudar a mudar a vida dessas crianças para melhor e incentivar eles a também fazerem o bem ao próximo. Eu sempre digo para eles, se vocês continuarem esse trabalho no futuro com alguém, nem que seja ajudando uma pessoa vocês serão capazes de mudar o mundo, cada um fazendo a sua parte”, dá o exemplo.
Nesta sexta-feira (23), 510 presentes foram distribuídos entre as crianças do bairro, dentre carrinhhos, bonecas, bolas e outros brinquedos para as crianças. Durante a noite, os voluntários também irão distribuir marmitas e panetones para os moradores em situação de rua na Capital.

O Instituto Jardim de Deus, na Associação de moradores do Jardim Ouro Preto tem programação extensa durante toda a semana para a meninada. Além de aulas de karatê, as crianças têm oficinas de dança e literatura, cursos e outras atividades recreativas que são realizadas no contraturno escolar. Também há cursos de manicure e confecções de embalagens para os adultos, como uma opção de renda extra para as famílias do bairro.
O instituto já tem um grupo de dança, o Impacto Teen Dance e também trabalha a consciência ambiental das crianças, em um terreno público do bairro, os pequenos já plantaram cerca de 200 árvores.
Entre as crianças atendidas pelo projeto estão os dois filhos da manicure Charliene Barbosa dos Santos, o pequeno Gabriel de 8 anos e a Beatriz de 6. Mais do que um espaço seguro para os filhos, o instituto é importante para a formação dos valores das crianças, explica Charliene.

“É um projeto muito importante não apenas porque tira eles da rua, mas pelo próprio incentivo dado pelos voluntários que ensinam para eles a importância da amizade, do companherismo, tem até um momento de oração. Ou seja, eles estão sempre encaminhando as crianças para o bom camino”, elogia.
Faz cinco meses que os filhos da moradora frequentam a associação e desde então eles já se aventuraram na dança, atletismo, karatê e “tudo mais que tem aqui para ocupar a mente deles e incentivá-los a serem pessoas melhores”, completa a manicure.
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Avô de Gabriel e Bia, o autônomo Edivaldo Barbosa dos Santos acredita que o instituto é um exemplo que deve ser seguido.
“As crianças devem ser ensinadas sobre o que é certo e o que é errado, desde essa idade, entre 5 e 6 anos. Essa é uma ideia que tem que ser ampliada para outros bairros e ter mais apoio do poder público. Eles prestam um trabalho filantrópico, não tem de onde arrecadar recursos, a não ser através das doações então também não é justo que tenham que pagar aluguel, água, luz, sendo que o trabalho deles é todo voluntário”, opina.
Como bem diz Edivaldo, o Instituto Jardim de Deus depende integralmente de doações. Quem tiver interesse em apoiar o projeto, pode entrar em contato com Márcio através do telefone (67) 9 9321-9914.