Quanto custa e como ter um parto humanizado em Cuiabá 6b194k
Partos são momentos inesquecíveis na vida de uma mulher, e voltar à ancestralidade de poder parir como nossas avós não é tão fácil y6t45
Nessa quarta-feira (16) o Senado aprovou um projeto de lei que define a função de doula como profissão no país. O exercício de e emocional à mulher em trabalho de parto é feito, ainda, de forma informal, contudo, a proposta agora segue para votação na Câmara dos Deputados e, em seguida, à sanção presidencial.

Quando se fala em doula, associa-se a função a um parto humanizado, que pode ser natural ou cesárea. A mulher gestante pode escolher um trabalho de parto hospitalar ou domiciliar, mas será que é fácil ter o a essa escolha? O Primeira Página foi atrás de respostas para entender como profissionais de saúde de Cuiabá oferecem o e necessário para as mulheres.
Primeiramente, para ter um parto domiciliar humanizado, a mulher precisa contratar uma equipe de profissionais: obstetra, pediatra, enfermeira obstétrica e a doula, se optar por ter esse e a mais. A futura mamãe precisa ainda adaptar o ambiente, sendo recomendado uma piscina aquecida, uma banqueta, bola de fisioterapia e demais itens que julgue necessário.
A banheira, ainda que seja uma piscina de plástico, funciona como um método de analgesia, relaxamento, mas se não for possível, é indicado o uso do chuveiro quente.
O registro do parto também pode ser importante para a família que for viver essa experiência. Um bom fotógrafo que sejam capaz de produzir imagens e vídeos também é interessante.
Financeiramente, é necessário no mínimo R$ 15 mil. Thattiany Carvalho Leite é doula há seis anos em Cuiabá, sendo responsável por acompanhar mais de 400 partos naturais. Segundo ela, o trabalho de uma doula em Cuiabá custa de R$ 650 a R$ 2 mil, dependendo do serviço que será prestado.
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“A doula é responsável pelo e emocional, mas a mulher precisa também de um e técnico, então ela vai ser acompanhada por um ginecologista obstetra, e se ela for ter um parto domiciliar também pode ser acompanhada por enfermeira obstétrica e pediatra. A mulher pode optar por um parto no hospital ou por um parto em casa, depende muito do que ela quer investir para esse trabalho de parto”, disse.
O parto em que a mulher é protagonista 393k1z
Existem muitos relatos de mulheres que viveram violência obstétrica, quando a mulher é negligenciada ou até mesmo ofendida, agredida e exposta durante o trabalho de parto. O parto humanizado consiste em respeitar as escolhas da mulher, sejam elas pela escolha do tipo de parto, da posição em que deseja estar ou ainda se quer, ou não, receber anestesia no caso de parto natural.
“A mulher define qual a experiência quer ter no parto dela. A doula informa as intervenções, as necessidades, para que ela possa deduzir dentro da vivência dela quais as necessidades. Ela vai relatar isso no plano de parto, e durante o trabalho de parto vai entregar esse documento e relatar o que deseja, ou não, vivenciar”, completou a doula.

Segundo Thattiany, em Mato Grosso existe a Lei da Doula, em que a profissional pode estar com a mulher tanto em casa quanto no hospital, ainda que seja pelo plano de saúde. “A mulher pode escolher onde quer ter o bebê, se é na banheira, infelizmente no SUS ainda não temos essa opção, ou se é na cama, na banqueta. Respeitamos muito o desejo dessa mulher”.
Médicos orientam 481c1p
Michelle Rocha é médica ginecologista e obstetra, gestora do serviço de obstetrícia de um hospital particular em Cuiabá. Ao Primeira Página, ela disse que o conceito de parto humanizado não se refere apenas ao parto natural, mas em oferecer um procedimento baseado em respeito e acolhimento.
“O termo humanizado não vem do tipo de parto, se é normal ou cesárea. O termo vem da parte de respeito, acolhimento. Porém, em alguns casos em que a gestação é de alto risco devemos restringir essas práticas pela necessidade de monitorização materno-fetal. No entanto, mesmo em casos de gestação de alto risco, onde é necessário uma cesariana de emergência, a humanização pode ser realizada. Durante a cesárea, abaixamos o campo cirúrgico para que essa mãe possa assistir o parto, e o pai pode estar presente”, explicou.

Diretor técnico de um hospital público de Cuiabá, o médico Alexandre Maitelli acredita que partos realizados dentro de unidades de saúde são mais seguros, no entanto, ele orienta que as mulheres que optarem por um parto domiciliar devem investir na contratação de profissionais que possam prestar atendimento médico de urgência, como por exemplo, o obstetra e um pediatra.
“É necessário começar todo acompanhamento no pré-natal, inclusive para prevenir anemias, visando um final de gravidez com a mãe e o feto em boas condições de saúde. Partos realizados dentro de unidades hospitalares são mais seguros, porque uma série de eventos complicadores podem ocorrer, e dentro do hospital facilita a assistência imediata. Em casa, no mínimo, é necessário que haja um pediatra, para eventual atendimento à criança”, afirmou.
Atribuições da doula, segundo o projeto de lei 5e354o
O texto lista nove atribuições da profissional que exerce atividade de doula, entre as quais:
- incentivar e facilitar à pessoa no seu ciclo gravídico-puerperal a busca de informações sobre gestação, parto e pós-parto baseadas em evidências científicas atualizadas;
- incentivar a pessoa grávida a buscar uma unidade de saúde para realizar o acompanhamento pré-natal;
- orientar e apoiar a pessoa grávida durante todo o trabalho de parto, inclusive em relação às escolhas das posições mais confortáveis a serem adotadas durante o processo;
- utilizar recursos não farmacológicos para conforto e alívio da dor da parturiente, como massagens, banhos mornos e compressas mornas;
- orientar e prestar apoio aos cuidados com o recém-nascido e ao processo de amamentação.