Padre mato-grossense relembra renúncia de Bento XVI e eleição do Papa Francisco 2cr6o
Padre Antônio morou em Roma entre 2011 e 2014, um período marcado pela surpreendente renúncia de Bento XVI e escolha do Papa Francisco. 4y2k64
Padre Antônio Ediceu, um sacerdote mato-grossense com 20 anos de vida religiosa, aos seus 56 anos de vida vivenciou um momento histórico para a Igreja Católica: a eleição do Papa Francisco em 2013.
Em entrevista à reportagem, o padre compartilhou sua experiência de estar em Roma durante a renúncia de Bento XVI e a expectativa que antecedeu a escolha do novo pontífice.
Padre Antônio morou em Roma entre 2011 e 2014, um período marcado pela surpreendente renúncia de Bento XVI.
“Vivemos aquele tempo da renúncia… foi um período muito interessante, por assim dizer, porque Bento XVI estava ali, mas a gente sabia que ele ia ser Papa só até o dia 28 de fevereiro”, recorda o padre.
Segundo ele, a atmosfera era de novidade e, ao mesmo tempo, de um certo sentimento de “desolação” diante de um evento inédito.
Padre Antônio contou que após a renúncia, seguiu-se um período de intensa expectativa para saber quem seria o novo líder da Igreja Católica.
“Com a graça de Deus, nós estávamos lá naquele dia, na praça, quando saiu, então, a fumaça branca e elegeram o novo Papa. A sensação na Praça de São Pedro era de profunda emoção, com uma multidão reunida ansiosamente pelo anúncio.
Padre Antônio explica que os dias que antecedem a eleição papal são marcados por uma preparação intensa, onde os cardeais se reúnem para traçar o perfil do novo pontífice, baseando-se em análises da conjuntura da Igreja em todo o mundo e nos desafios de cada região. O objetivo é encontrar um líder com um perfil que possa corresponder a essa vasta realidade.
“Quando eles entram para o conclave… eles têm, mais ou menos, alinhado o perfil do candidato e depois vão afunilando. A gente vai identificando os cardeais que têm esse perfil”, detalha o padre.
A emoção se intensifica quando o conclave se inicia, especialmente para quem vive em Roma, com a expectativa de um anúncio rápido.
O padre recorda a emoção de estar em Roma durante o anúncio da eleição de Francisco:
“Nós fomos para a Praça de São Pedro logo no segundo dia do conclave, bem cedo… Saiu a primeira fumaça, a fumaça preta. Tinha pouca gente na praça… Mas estávamos conscientes que naquele dia ele ia sair. Nem fomos para casa… Por volta das 2h da tarde, a gente já estava na praça de novo, para ficar bem localizado”.
Quando saiu o resultado, segundo ele, a praça estava lotada e foi uma explosão de alegria.
Padre Antônio também teve a oportunidade de estar próximo ao Papa Francisco em um encontro com padres em Roma, durante a Quaresma de 2014, e chegou a cumprimentá-lo.
“Eu simplesmente peguei na mão dele. Nem pensei, nem tive a atitude de pegar na mão dele… Acho que eu fiquei até sem ação. Mas é muito interessante”, relembra.
Ele destacou a coerência do Papa Francisco entre seu discurso e sua prática, e a esperança de que o próximo Papa continue a estar próximo das pessoas, especialmente dos mais necessitados.
Ordenação tardia e a fé em Mato Grosso do Sul 5h5g5p
Padre Antônio Ediceu compartilhou também sua trajetória vocacional. Nascido e criado em uma área rural em Mato Grosso do Sul, trabalhou na agricultura com seus pais até os 18 anos. Sua vocação sacerdotal despertou aos 13 anos, durante uma ordenação em sua cidade, mas permaneceu um segredo por muitos anos.
Após servir o exército, onde participou de um grupo de oração carismático, sentiu um chamado mais forte e buscou o discernimento vocacional, ingressando no seminário aos 27 anos.
Após a formação, foi ordenado e enviado para diversas missões em Mato Grosso, incluindo a Catedral de Cuiabá e, atualmente, o Santuário Nossa Senhora do Bom Despacho, onde também dirige a Fundação Bom Jesus.
