Nathan conquista na vida adulta casa dos sonhos de infância

Para de empresas, bonecos são mais que uma brincadeira, e trazem uma boa nostalgia

Quem visita a casa de Nathan Phillipe Villa, 29 anos, morador do Jardim Aeroporto, em Campo Grande, pode se surpreender com a quantidade de bonecos e itens de decoração que fazem referência a animes e desenhos em todos os cantos da residência.

Mas não se engane: Nathan não tem filhos nem mora com crianças pequenas; seus brinquedos são na verdade a materialização de um sonho de infância.

Nathan
Nathan exibindo com orgulho parte da sua coleção de 300 bonecos, resultado de dez anos de trabalho (Foto: Joaquim Padilha)

Com uma coleção de mais de 300 bonecos, o de empresas conta que sempre sonhou em ter uma casa como a que mora hoje em dia. “Quando eu era criança eu não tinha condição, né. As coisas deste mundo nerd são caras, pra você ter o a isso é complicado”, afirma.

“Eu comecei a pensar ‘quando eu começar a trabalhar eu quero construir a casa dos meus sonhos, com a minha cara’”. Dito e feito: a coleção de Nathan começou junto com seu primeiro emprego, há dez anos, como operador de almoxarifado. O primeiro boneco comprado foi um Mario, da clássica franquia Super Mario, um dos jogos favoritos do jovem.

“Foi o primeiro [boneco] que comprei. E ele já tava tão velhinho que esses dias eu pintei ele. E eu levo ele em todas as mudanças, toda vez que eu mudava de casa eu encaixotava ele bonitinho, e nunca perdi”
Nathan Phillipe Villa, .

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À esquerda, o primeiro boneco da coleção de Nathan, um Mario. No meio, o mouse de Pikachu. E à direita, copos da Marvel. (Foto: Joaquim Padilha)

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E para além dos bonecos, a paixão de Nathan pela cultura geek se estendeu para todos os cantos da casa: os chaveiros são enfeitados com pokémons; as canecas são do anime Naruto e do Mario, assim como os tapetes e almofadas; os copos são de herois da Marvel; e até o mouse do notebook é em formato de Pikachu.

Virais no Insta e antigo Twitter

Recentemente, Nathan descobriu nas redes sociais uma comunidade de pessoas que partilham do gosto pela cultura nerd e otaku. Uma foto da sala da sua casa publicada no dia 23 de agosto, no X, antigo Twitter (antes da rede ser bloqueada por ordem do Supremo Tribunal Federal) chegou a ter 72 mil visualizações e mais de 200 comentários.

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Sala da casa de Nathan. Em uma rede social, o espaço bombou com comentários positivos. (Foto: Joaquim Padilha)

“Até me assustou, foi uma publicação pra ser engraçada, sobre acharem que eu tinha criança em casa”, conta o de empresas. “As pessoas amaram. Óbvio, teve críticas falando que era infantil, mas a maioria achou muito legal. Teve muitos comentários como ‘nossa meu sonho ter uma casa desse jeito’, ou ‘são coisas que eu queria ter quando criança’”.

Nathan Phillipe Villa,

Na mesma semana, o publicou um vídeo no Instagram em que experimenta diversos looks inspirados em Pokémons famosos, como o Pikachu, Charmander, Bulbasaur e Squirtle. E “hitou” de novo: foram 75 mil visualizações e mais de 270 comentários.

Graças às visualizações, Nathan ganhou novos seguidores e conta até que um organizador de um evento voltado para nerds da comunidade LGBTQIAPN+ entrou em contato com ele e o convidou para a próxima edição. “Então pode ser que role umas colabs”, brinca.

Mas é coisa de criança?

Na segunda quinzena de julho, após entrar em um período sabático, Nathan decidiu que iria aproveitar o tempo livre e viajar para o maior evento de cultura anime da América Latina, o Anime Friends, em São Paulo, que sempre quis conhecer. A viagem foi emocionante e fez o voltar ainda mais conectado ao seu lado geek e otaku. 

“Eu sempre quis ir quando eu era criança, adolescente, e nunca tive condição. Agora que eu tive condição eu fui e foi uma experiência única. Eu me vesti de um anime que eu gosto muito, de Dragon Ball. [Estar ali] me deu um start de que tem muita gente que gosta das mesmas coisas que eu.”

Nathan Phillipe Villa,
Nathan
Nathan no Anime Friends 2024, com roupas do anime Dragon Ball posando com um cosplay do anime Shingeki no Kyojin. (Reprodução: Instagram)

Fora de ambientes como o Anime Friends, entretanto, Nathan sente que existem julgamentos em torno de pessoas que consomem a cultura nerd e otaku. “Eu acho que as pessoas confundem muito gostar disso com ser infantil. Nem sempre elas conseguem diferenciar.”

“As pessoas confundem gostar de coisas que lembram a infância com querer ser criança, são duas coisas completamente diferentes. Isso me incomoda um pouco mas não levo em consideração. Eu trabalho, pago minhas contas, compro tudo, então sei que não sou infantil”, diz o .

Para ele, o hábito de colecionar bonecos e enfeitar a casa com referências a animes e jogos tem muito mais a ver com resgatar a nostalgia dos bons momentos da infância. “Me lembra de eu jogando com meu pai, ou assistindo Cavaleiros do Zodíaco, ou outro anime. E essas coisas que me dão nostalgia, eu gosto”.

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