Mulheres pretas ou pardas: maiores vítimas de violência e desigualdades 2n4731

No Brasil, essas mulheres dedicam mais tempo aos afazeres domésticos, têm menor participação no mercado de trabalho e recebem menos que os homens, segundo o IBGE 1f1u3c

Mais afetadas por desigualdades sociais na educação, no mercado de trabalho, renda e representatividade política. Estamos falando das mulheres pretas ou pardas que, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), são também as maiores vítimas de violência e homicídios praticados por homens no país.

Mulheres pretas ou pardas dedicam mais tempo aos afazeres domésticos no país, diz IBGE. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Mulheres pretas ou pardas dedicam mais tempo aos afazeres domésticos no país, diz IBGE. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Pretas ou pardas: diferenças sociais n63c

No Brasil, as mulheres pretas ou pardas dedicam mais tempo aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas, têm menor taxa de participação no mercado de trabalho, menor percentual entre as ocupantes de cargos políticos e aparecem mais vezes em percentuais de situações de pobreza, como mostra a pesquisa do IBGE divulgada nessa sexta-feira (8).

Além da diferença de gênero entre homens e mulheres, a pesquisa busca mostrar outras características que, juntas, podem gerar situações específicas de vida enfrentadas por esse recorte de cor ou raça, como explica a coordenadora-geral do estudo, Barbara Cobo.

Em 2022, as mulheres dedicaram quase o dobro de tempo que os homens aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos – tarefas que consumiram cerca de 21,3 horas semanais delas contra 11,7 horas deles.

Na época, a pesquisa ainda identificou que as mulheres pretas ou pardas gastavam 1,6 hora a mais por semana nessas tarefas do que as brancas.

Esses fatores levam a uma menor participação do gênero feminino no mercado de trabalho, como explica André Simões, analista do estudo

Para se ter uma ideia, em 2022, a força de trabalho das mulheres foi de 53,3%, enquanto a dos homens era de 73,2%, uma diferença de 19,9 pontos percentuais.

Outro dado ligado às características de inserção no mercado de trabalho é a maior taxa de informalidade – tipo de ocupação com menor o aos direitos trabalhistas. Elas representaram 39,6% contra 37,6% dos homens.

Maior nível de escolaridade 5zj6v

Demais diferenças entre homens e mulheres crescem conforme a escolaridade avança, como notaram os pesquisadores do IBGE.

Em 2022, meninos e meninas entre 6 e 10 anos tinham o mesmo percentual de adequação idade-etapa nos anos iniciais do ensino fundamental (91,9%).

Com o ar do tempo, as mulheres ultraaram os homens em frequência escolar: cerca de 92,5% das adolescentes de 15 a 17 anos estudavam, naquele mesmo ano, contra 91,9% dos jovens da mesma faixa etária. Entre a população de 18 a 24 anos, as proporções eram de 32,6% para as mulheres e 28,1% para os homens.

A pesquisa apontou que 29% das mulheres brancas tinham completado o nível superior, contra 14,7% das pretas ou pardas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
A pesquisa apontou que 29% das mulheres brancas tinham completado o nível superior, contra 14,7% das pretas ou pardas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

E a desigualdade racial também aparece nessa parte da pesquisa: cerca de 39,7% das mulheres brancas de 18 a 24 anos estudavam, enquanto entre as pretas ou pardas, essa proporção era de 27,9%.

Além disso, a pesquisa aponta que 29% das mulheres brancas tinham completado o nível superior, contra apenas 14,7% das pretas ou pardas.

No ano citado acima, os dados também mostraram que 32,7% das mulheres com 25 anos ou mais não haviam terminado o nível fundamental, enquanto essa porcentagem era maior no gênero masculino da mesma faixa etária (35,5%).

Os percentuais daqueles com nível superior completo, ainda nesse grupo de idade, eram de 16,8% entre os homens e de 21,3% entre as mulheres.

Todos esses fatores podem ser explicados, segundo a coordenadora da pesquisa, pelas escolhas femininas condicionadas pelo social, como o fato das mulheres serem “criadas para cuidar”, fazendo com que as decisões sobre estudo e profissão fiquem em segundo plano.

Desigualdade salarial entre gêneros 468u

Apesar da diferença salarial entre homens e mulheres ter registrado uma queda nos últimos 10 anos no Brasil, elas ainda recebem menos que eles.

Mesmo tendo maior escolaridade que os homens, no grupo de diretores e gerentes, por exemplo, as mulheres receberam apenas 73,9% do total recebido pelos homens em 2022, como mostra a pesquisa do IBGE.

Levantamento da CNI mostra que igualdade salarial entre homens e mulheres caiu nos últimos 10 anos no Brasil. (Foto: Gabi Braz)
Levantamento da CNI mostra que igualdade salarial entre homens e mulheres caiu nos últimos 10 anos no Brasil. (Foto: Gabi Braz)

Até mesmo nas áreas de maior concentração feminina, como na saúde humana e cuidados pessoais, a remuneração delas também foi menor que a deles: cerca de 61% do recebido pelos homens.

No ano ado, a participação feminina foi de 30,7% nos cargos e funções mais elevadas no país, conforme dados do Raio X da istração Pública Federal, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Para o Fórum Econômico Mundial, a paridade salarial entre os gêneros é um desafio global e estima-se que serão necessários 131 anos para alcançar a real equidade.

Isso, caso os países mantenham a velocidade atual de progressos econômicos em saúde, educação e participação em questões políticas, como defende a CNI.

Vítimas de violência 5u2u4n

Em 2021, foram registrados 681 homicídios dolosos de mulheres brancas e 1.835 de pretas ou pardas, fora de suas casas, conforme a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) do IBGE.

E quando falamos em insegurança, Mato Grosso liderou o ranking de feminicídios por Estado em 2023, de acordo com dados do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), divulgados na última quinta-feira (7).

No país, 1,4 mil mulheres foram mortas no ano, mostrando um crescimento de 1,6% em relação a 2022. A quantidade representa 4 casos por dia.

Em números absolutos foram 46 feminicídios em Mato Grosso, o que representa a taxa de 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres.

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