Manter conexão ao pai que partiu é ritual que não cabe no calendário 2n3p2a

Neste Dia dos Pais, o Primeira Página conversou com quem já não tem o pai neste plano e o que faz para manter viva a memória daquele que o colocou no mundo 6r5067

Dizem que a ordem natural da vida é que cheguemos ao ponto final quando bem velhinhos. Mas, se de fato fosse válida esta máxima, o nome não seria vida. Imprevisível, esse tal de destino raramente segue roteiro e as partidas por vezes ocorrem de forma precoce.

Neste Dia dos Pais, o Primeira Página conversou com quem já não tem o pai neste plano, para saber o que faz para manter viva a memória daquele que o colocou no mundo. Pega o lencinho e vem com a gente!

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Elaine no colo do pai (Foto Arquivo Pessoal)

Na casa da educadora infantil Elaine Garcia Varjão, 27 anos, sempre foi assim: o cheirinho de café indicava a presença do pai. Junto ao gosto da bebida mais apreciada pelos brasileiros, ele assistia ao noticiário. Cenário nada atrativo para uma criança, mas que com o tempo se tornou o momento de conexão entre eles.

E hoje, quase dois anos após a perda, se tornou o ritual para manter viva a memória daquele que foi seu primeiro elo com a existência. “Eu não gostava de café, nem de jornal, mas um dia decidi pegar uma caneca e sentar ao lado dele, tomava café e fazia companhia enquanto ele assistia”, lembra.

Entre comentários sobre uma notícia e outra, Elaine pegou gosto por aquele momento do dia. “Hoje, ele não está mais aqui, mas toda vez que ponho a água para ferver a o pelo coador, sinto o cheiro subindo e é como quase que o ouvisse dizer: o pai também quer café”.

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Elaine junto aos pais e com o filhinho Derik no colo (Foto Arquivo Pessoal)

Então, ela senta em frente à TV e, mesmo sozinha, sabe que está acompanhada, “só que agora no meu coração”. Também movida pelo cheiro do café, a técnica em qualidade da indústria, Jociane Santos, 34 anos, se deixa levar às memórias de criança.

Nelas estão o pai, que partiu há mais de uma década. Mas, nesta história, a bebida vem embalada pelas ondas do rádio.

“A primeira coisa que ele fazia era colocar umas modas antigas no rádio e preparar um cafezinho maravilhoso que só ele sabia fazer. Hoje em dia eu sempre coloco as músicas para apreciar o café e o nascer das manhãs”.

Para ela, que vai encarar mais um Dia dos Pais sem a presença do seu, são essas “as pequenas coisas que fazem a vida da gente ter outro sentido diante do luto e saudade eternos”.

Pelos olhos de quem escreve 5m3717

Esta jornalista que vos escreve também já não tem o pai presente neste plano. Talvez por isso tenha pensado nesta pauta para o dia de hoje. Meu pai se foi há quase três anos, mas a saúde declinou antes, há cinco. Um câncer o fez partir aos poucos, ainda em vida, por dois longos anos.

Pai de duas mulheres e avô de três meninas, ele sempre quis ter um gurizinho entre nós. Engravidei de Caetano ele já estava doente. Por ironia do destino, a medida que minha barriga crescia, a saúde do seo Juvenal diminuia. Quando entrei no 9° mês, ele foi internado. Partiu no dia 7 de setembro de 2021.

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Caetaninho no ensaio em homenagem ao vovô (Foto Cleber Gellio)

Caetano nasceu no dia 17 daquele mesmo mês. Gosto de pensar que estes 10 dias entre morte e vida serviram para que eles se encontrassem na eternidade. Romantização para amenizar a dor? Pode ser… Fato é que para tentar colocar o vô Juju na história do meu pequeno, fiz o ensaio new born com a temática construção.

Meu pai era pedreiro, então as ferramentas que estiveram em suas mãos por quase uma vida inteira, serviram para dar vida àquela sessão de fotos, feita pelo meu companheiro, Cleber. Divido aqui uma das conexões que cativo.

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