Elas são especialistas em cerveja e querem mais mulheres no ramo 6c32
Wellyta e Dany ainda têm mais algo em comum: paixão pela cerveja começou quando estavam na faculdade 225dh
Quem falou que mulher não entende de cerveja é porque não conhece as campo-grandenses Wellyta e Dany, especialistas no assunto. Além da paixão pela bebida, as duas têm mais uma coisa em comum: começaram os trabalhos na faculdade.

“Temos que trazer mais e mais mulheres para um lugar que sempre foi nosso, a cerveja”, destaca Daniely Ferreira de Queiroz, de 35 anos, que teve o primeiro contato com cervejarias artesanais em São Carlos, interior de São Paulo.
“Fui fazer meu doutorado [em Química] e tinha uma na esquina de casa. A partir daí começou minha paixão. Sou bacharel em química tecnológica e eu comecei a estudar o processo de fabricação, bem como as reações envolvidas e assim, tem tudo com química! E fui fazer cursos e me especializar”, explica.
Com mais de sete anos de carreira no mercado da indústria cervejeira, Dany é atualmente responsável técnica e atua no controle de qualidade, além de dar consultoria para abertura de empresas no MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária).

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A profissional já ministrou cursos na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), marcou presença numa famosa cervejaria de Ribeirão Preto (SP) e também em São Carlos para falar sobre produção de cerveja.
Segundo Dany, é preciso mais mulheres no ramo, apesar dos diversos festivais de cerveja pelo Brasil, somando a história da cerveja no mundo, multiplicarem o interesse do público no assunto.
“Hoje em dia existem mulheres no setor, tanto na produção de cerveja, quanto no controle de qualidade, microbiologia, consultoria, mas ainda pouco. Então vem crescendo cada vez mais, quanto mais festivais, quanto mais falamos da história da cerveja, porque, historicamente, as cervejas eram feitas pelas mulheres lá no Antigo Egito; elas comandavam as cozinhas, montavam pubs na Europa, vinculado à ideia de bruxaria. Muito louco isso, porque houve uma perseguição histórica, mas tem ganhado cada vez mais interesse da mulherada”.
Daniely Ferreira de Queiroz

E os perrengues na profissão? “Sim, com certeza já ei por alguns, principalmente na parte de produção, de chão de fábrica, que exige muita força. Saca de malte, que são pesados, aí você pega um saco de malte de 20 quilos. E tem a parte da moagem, que você tem que pegar esse saco de malte; tem a parte da produção, com os tanques, que é árduo, por mais que seja automatizado, mas mesmo assim é um sobe e desce de escada, bastante cansativo. Mas sempre me dei muito bem”.
Para ela, o machismo na profissão vem mudando cada vez mais. “Hoje a gente já tem cervejarias nacionais de mulheres. Por exemplo, a Japa. É cervejaria de três meninas, três descendentes de orientais (…) Então vem crescendo bastante”, destaca Dany.
Juíza de cerveja, está? 2l6i2j
Na faculdade, Wellyta de Oliveira Ferreira, de 35 anos, fez cerveja pela primeira vez durante uma matéria que se chamava Tecnologia de Fermentação, em 2011.

“Depois eu comprei as coisas para fazer em casa. Eu parei um tempo, porque eu estava fazendo mestrado e trabalhando, não dava conta, e parei por uns dois anos, mas aí depois de 2016 eu voltei a fazer”, recorda.
Na pandemia, ela fez vários cursos online. Em 2022 entrou para a Associação dos Cervejeiros Artesanais de Mato Grosso do Sul e garantiu uma certificação internacional.
Atualmente, Wellyta é juíza de cerveja certificada pelo BJ (Beer Judge Certification Program, nos EUA), gestora do Labsolos, da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), além e trabalhar com análises de solos e calcários. E ela não para, viu">Quero deixar minha opinião!