"Covidado", pai viu filho nascer por chamada de vídeo g161r
Enrico nasceu de um parto natural emocionante. A mãe foi de uma força e uma fé comovente. 5f1q28

O resultado positivo que ninguém esperava veio do exame para covid que tirou Rafael Aguillar, de 35 anos, de cena. “Covidado”, o pai não pode estar na sala de parto e viu o filho nascer por chamada de vídeo.
Enrico, que hoje completa duas semanas de vida, nasceu de um parto natural emocionante. A mãe, Juliane Grisoste Aguillar, de 25 anos, foi de uma força e uma fé comovente.
“Em nenhum momento pensei que ia ar por isso com covid. Nós tivemos no ano ado, vi que os casos tinham aumentado bastante, mas como eu já estava nas últimas semanas, não estava saindo para canto nenhum”, conta a mãe de Enrico.

Pai “covidado” 5f2h2o
Com 40 semanas de gestação, Juliane esperava o primeiro sinal de trabalho de parto para avisar a equipe e seguir até a maternidade. Na semana do nascimento do filho caçula, foram vários alarmes falsos até as contrações começarem a ritmar mesmo.
Quando o marido fez o teste e recebeu o positivo, no dia 24, segunda-feira, Juliane “gelou”. “Só que como ele estava no terceiro dia de sintoma, eu pensei que ainda teria mais alguns dias para aguentar tranquilo, e que ia dar tempo”, pensou a grávida.
O isolamento de Rafael foi em casa, junto da esposa, porque Juliane foi a primeira a sentir os sintomas. “Acredito que eu tenha ado para ele, não fui testar, porque eu já não estava saindo para nada. Depois, ele ficou de máscara o tempo todo”, esclarece.
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No dia seguinte, terça-feira (25), as contrações vieram com mais força e ao perceber que estava em trabalho de parto ativo Juliane se desesperou. “Chorei um monte, porque eu sabia que mesmo que para a gente fossem sintomas leves e estivesse tudo bem, seria muito perigoso e ele não poderia estar na maternidade”, fala.
O casal já é pai de Maria Antônia, filha que Rafael esteve durante o tempo todo ao lado da esposa e que viu nascer. “Estávamos com muita expectativa, porque no parto da nossa primeira filha ele esteve comigo, me apoiou, estava segurando minha mão na hora das contrações. Eu tinha muita convicção de que ele ia ser meu apoio ali”, esperava.

Desde que o resultado deu positivo para a covid, Rafael vinha orando para que o filho aguentasse mais uns dias até o isolamento do pai ar. O que não aconteceu. “A primeira coisa que eu senti, ao ver que seria naquele dia, foi uma aflição muito grande pelo fato de saber que eu não poderia estar lá com ela”, diz o pai.
Ao mesmo tempo em que veio este sentimento, Rafael acalmou a esposa dizendo que ela não estaria sozinha. “Falei isso pra ela: ‘amor, vai ficar tudo bem, Deus vai estar lá com você’. Lembro que logo que nós fizemos essa oração e declaramos aquilo que nós cremos, imediatamente veio uma paz muito grande nos nossos corações”, descreve.
A mãe também viveu o mesmo sentimento, de paz e de saber que o importante era o marido estar bem e o bebê também. “Eu pensava que o bebê iria nascer logo, ter alta e que a gente ia poder participar de outras coisas, ele não estaria na hora do parto, mas eu sabia que logo todos estaríamos juntos”, repetia Juliane.
Chamada de vídeo 1b4r5y

Quando as contrações ficaram cada vez mais intensas e num espaço curto de tempo, Rafael se despediu da esposa e da sogra, que seguiram para a maternidade. De lá, para amenizar o sentimento de ausência do pai, a equipe médica ligava e ia ando notícias da evolução no parto.
“Eu vendo ela pelo celular, sentindo as dores e não poder fazer nada foi me deixando abalado. Um sentimento de impotência. Eu queria estar ali dando força pra ela. Me emociono ao lembrar que no parto da nossa primeira filha eu puder ver que Deus fez tudo muito perfeito. Se fosse para os homens a dar à luz a humanidade já tinha terminado. A mulher é forte demais”, ira Rafael.
Foram cerca de cinco horas na maternidade até Enrico nascer. Durante este tempo, Rafael tinha notícias por mensagens e chamadas de vídeo com intervalos. Apenas quando a mãe entrou na última fase do parto que a ligação foi feita. Do outro lado da tela, Rafael esperava ansioso por ouvir o choro do bebê.

“Quando eu falei que ia nascer, nós ligamos. Minha mãe ficou segurando o celular, não sei quantos minutos foram, mas ela ficou ali segurando o celular. Quando ele nasceu, eu só falava: ‘nasceu, amor, nasceu!!!'”, reproduz Juliane.
Com o filho já nos braços, mãe chorava na maternidade e pai chorava em casa. O sentimento era de alívio e também de felicidade.
“No fim deu tudo certo e pude ver que pelo menos assisti meu filho nascer, mesmo de longe, e eu sabia, por mais que eu não pudesse estar ali, em breve estaríamos juntos”, diz o pai.
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Depois de nascer às 5h35 da manhã do dia 26 de janeiro, com 3.535kg e 51cm, Enrico teve alta após dois dias. O primeiro colo que o pai deu ao filho foi no dia 28. “Lavado no álcool”, como descreve a mãe.

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