Conheça Betinha, que há 50 anos arrecada doações para cumprir promessa o3167

Dona Betinha conta que dedicou sua vida às obras de caridade 5fn

Quem a pela avenida Marechal Deodoro, em Cuiabá, muitas vezes pode ter se perguntado qual é a história de uma casa que sempre está enfeitada com panos coloridos e decoração que faz alusão ao Natal. No portão da frente, a casinha simples tem várias placas pedindo doações a carentes, seja de roupas, alimentos ou brinquedos.

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Dona Betinha transformou residência em centro de arrecadações de doações (Foto: Primeira Página)

A casa nº 1924 é o lar da dona Maria Elizabeth Figueiredo de Oliveira, a dona Betinha, como é mais conhecida. Aos 71 anos, ela está há mais de 50 anos pagando uma promessa que fez a São Cosme e Damião, de que se conseguisse alcançar uma graça, dedicaria o resto da sua vida a ajudar os mais pobres.

A fidelidade de dona Betinha a fez viver pela causa e ela diz que vai continuar até o fim. O Primeira Página foi recebido por ela para um bate papo na varanda da frente. Rodeada de gatos, ela diz que nunca adotou um felino, mas “eles aparecem e eu dou de comer. Quem quiser, podem ficar”. A generosidade e compaixão de dona Betinha impactam, além de sua simplicidade de ver a vida.

Sua dedicação à caridade é tão grande que uma vez chegou a dar um colar de ouro a um taxista para que ele a levasse em uma peregrinação em consultórios médicos. Tudo porque uma criança estava com sérios problemas de saúde e a mãe a procurou pedindo socorro. Betinha não titubeou. Saiu com a criança e conseguiu os exames e medicações. Ele foi curado.

Cuiabana, com muito orgulho hn2q

Betinha conta com orgulho que é filha de Djalma Valadares de Figueiredo, segundo ela, o primeiro a montar um serviço de alto-falante em Cuiabá na década de 1960. Ele também teria atuado no Cine Teatro Cuiabá por 47 anos e no Banco do Brasil, por 40 anos.

Benzedeira, contou que já fez rezas para a ex-primeira-dama de Mato Grosso, Terezinha Maggi. “Ela já esteve um pouco ruim e eu benzi ela”. Betinha conta que seu pai era amigo de personalidades como Jejé de Oyá e Zé Bolo Flô, e que uma vez o ex-presidente da República Jânio Quadros foi em sua casa durante visita política a Cuiabá.

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Casa chama atenção de quem a. A decoração é uma estratégia da idosa para atrair doadores (Foto: Primeira Página)

“Papai era eleitor ferrenho de Jânio Quadros e quando veio fazer comício na praça, foi lá em casa. Sentou na nossa mesa”.

Além da promessa, a caridade foi ensinada pelos pais 1w4i4d

Betinha conta que seus pais e familiares participavam do Grupo Espírita Fraternidade, em Várzea Grande, e que lá foi criada. Recebeu a missão de angariar doações para ajudar a comunidade local com roupas, calçados e alimentos.

“Eles me pediram para angariar as doações mas depois, apareceu três pessoas e acabaram com o Centro Espírita e foi a maior bordoada que eu levei. Porque, para mim, era a maior alegria da minha vida angariar doações. Eu era o Papai Noel de lá. Eu me fantasiava para fazer o Natal dos pobres. Meu pai ia com a caminhonete cheia de brinquedo e a gente fazia a festa com as crianças”, contou ela emocionada.

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Em outra situação, ela conta que já chegou a ser agredida por populares que, ao verem os alimentos e roupas, se aglomeraram para tentar pegar as doações. “Eu apanhei. Me jogaram no chão, e uma amiga minha perdeu os óculos no dia. Chegaram a nos ameaçar para que dessemos os sacolões, mas explicamos com calma que era para dividir os alimentos, já que tinha muita gente precisando”.

Betinha contou à reportagem que chegou a fazer a obra de caridade a pé pelos bairros de Cuiabá. Ela empurrava um carrinho de mão e pedia de porta em porta. “Eu andava no Santa Rosa, Flamboyant, e enchia de doações para distribuir”.

As doações, segundo dona Betinha, diminuíram muito, principalmente durante a pandemia, mas ela determina: “Eu vou continuar até quando eu morrer. Pode vir quem quiser. A caridade salva. Se o mundo tivesse mais caridade, minha filha, tudo seria melhor”, disse ela com a voz embargada.

Emocionada, ela reflete sobre a importância do amor ao próximo

Ao final, Betinha correu para dentro da casa e voltou com uma sacola cheia de bijuterias. Sua forma mais genuína de demonstrar afeto foi presenteando a reportagem com seus órios e suas palavras de ensinamento.

A voluntária diz que depende das doações para continuar ajudando, mas que percebeu uma mudança no comportamento da sociedade no decorrer dos anos. Para ela, atualmente as pessoas estão mais frias e individualistas. Quem tiver interesse em contribuir com dona Betinha, basta ir na sua casa ou ligar no telefone: (65) 3321-7445.

Dona Betinha se emociona ao falar do que acredita: “Fora da caridade, não há salvação”

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