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Caso Sophia: réus condenados e prisão perpétua para quem está livre 103b6n

Crimes brutais com menores não matam apenas as vítimas, fazem com que familiares também morram, mas sejam condenados a seguir vivos. 1u4z1p

Na semana ada um ciclo de quase dois anos foi fechado. Campo Grande acompanhou o julgamento do caso Sophia em que mãe e padrasto, Stephanie de Jesus e Christian Campoçano, foram condenados a 52 anos de prisão, se somadas as penas.

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Sophia morreu aos dois anos após ser vítima de maus-tratos (Foto: redes sociais)

Mas, agora deixando a jornalista de lado e dando voz ao lado materno, a pena perpétua fica para quem não está atrás das grades. A ausência precoce da criança será sentida por quem, teoricamente, está livre. A saudade aprisiona sem data para libertar. Crimes brutais com menores não matam apenas as vítimas, fazem com que familiares também morram, mas sejam condenados a seguir vivos.

Sophia, com dois anos e sete meses à época de sua morte, é mais um rosto que engrossa a triste lista de 15 mil crianças e adolescentes mortos de forma violenta no Brasil nos últimos 3 anos no país, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Neste mesmo período, 165 mil meninos e meninas foram vítimas de violência sexual, infelizmente a pequena Sophia também faz parte dessa estatística. Os dados foram publicados em agosto deste ano pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Uso Sophia aqui porque quando conseguimos humanizar a vítima, sensibilizamos a sociedade. Perdi a contas de quantas vezes as páginas desse processo me formaram enorme nó na garganta. Quantas vezes as letras se embaralharam diante da tela, por não conseguir controlar as lágrimas.

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A crueza da violência, ali, contra uma criança que mal tinha começado a vida. Agressões físicas, psicológicas, ambiente insalubre. Mãos do estado, família, vizinhos, justiça, nenhuma conseguiu salvá-la.

Foram 30 idas à unidade de saúde. Hematomas, fratura, corte na cabeça, sufocamento, estupro. Cada capítulo, que encurtava o caminho ao julgamento, era pior. De longe o caso mais triste que cobri tão de perto na vida. Não a conheci em vida, mas fiquei tão imersa à investigação que sonhei com a garotinha de sorriso nos olhos várias vezes.

Talvez a semelhança com a minha pequena, apenas uns dias mais nova que Sophia, tenha me tirado ainda mais do eixo. Muitas vezes olhei para Maria Cecília e pensei “Sophia estaria deste tamanho”. Mas este texto não é sobre mim. Aliás, também é.

Porém, é mais para tentar ilustrar o quanto a sociedade falha a cada vidinha abreviada pela violência. As penas existem, a Justiça hora ou outra vem, só que os pequenos não voltam mais. São tantas camadas.

O que podemos fazer é parar de normalizar a violência como forma de educação, votar em quem de fato está interessado em construir políticas públicas voltadas à infância e lutar por proteção. Na escola, na vizinhança, na igreja, dentro de casa. Dar nome e sobrenome às vítimas. Sentir como se fossem nossos.

Enquanto não conseguirmos tecer uma rede segura, Sophias, Henris, Izabelas seguirão sendo sepultados.

Por fim, meu desejo é que agora Sophia brinque na liberdade indolor da eternidade e na paz que infelizmente não teve em sua agem pela terra.

Descanse, anjinho. O céu é o seu lar!

FALE COM O PP 1318p

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista E eu nem queria ser mãe, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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