Casal vive em motorhome dos sonhos, onde luz e água vêm do céu 2y3p19
Cleuza e Ederaldo vivem há cerca de três anos em motorhome, onde também vendem churros; casa sobre rodas é sustentável, tem luz solar e água reaproveitada da chuva 1sc23
Há dois anos, Cleuza e Ederaldo Gomes decidiram morar em uma casa sobre rodas, mais conhecida como motorhome. O ônibus de 1991 foi o escolhido para ser a nova residência, que agora guarda mais histórias e aventuras do que eles imaginavam, tudo de forma sustentável, inclusive a luz e a água.

Ederaldo relembra que essa história começou de forma impulsiva, sem muitos planejamentos, lá em 2019, quando o ônibus foi comprado. No mesmo ano, quando eles perceberam, estavam morando e trabalhando no veículo, onde eles vendem churros espanhóis.
“Não teve planejamento. Foi do dia pra noite. Nunca tivemos projeto de morar em motorhome. Já era um projeto de Deus para as nossas vidas, e esse momento coincidiu coincidentemente com a pandemia, quando compramos o ônibus e montamos a nossa casa”, afirma Ederaldo Luiz Gomes, 49 anos, ao Primeira Página.

“Sem calçada para lavar, nem grama para cortar” 354ik
Segundo Ederaldo, a mudança para o veículo móvel proporcionou um estilo de vida bem mais barato do que eles imaginavam.
“No nosso caso, o ônibus é do ano de 1991 e é livre do IPVA. Então pagamos só o licenciamento, que é barato. Além do mais, não há calçada pra lavar, grama pra cortar, então há menos gastos. O custo é alimentação e o combustível para se deslocar. Em nosso caso, o combustível se torna mais barato, pois vamos parando ao longo das cidades. E nessas cidades, ficamos 15 ou 20 dias e o consumo cai lá em baixo. Logo, a despesa fica mais pra se deslocar de uma cidade para outra”, disse.
Cleuza, que tem 51 anos, frisa que o espaço no motorhome é limitado, porém, com o tempo, eles perceberam que não precisavam de muito para viver.
Mas, isso não significa que falte conforto. O casal tem de muita coisa dentro do veículo, de máquina de lavar a ar condicionado.
Motorhome sustentável 3f4x5
Conta de luz e água? Cleuza e Ederaldo perderam o costume de olhar esses documentos, pois eles próprios geram a energia elétrica e a água sempre dão um jeito.
“A parte de energia nós somos autônomos. Um sistema solar. Não dependemos de energia externa. Caso fique uma semana nublado, a gente aciona o gerador pra tocar o sistema. Não para. Só a questão da água que ficamos dependentes de conseguir no posto de combustível, a um conhecido, ou em último caso, comprar. Água pra consumo compramos de galão”, afirmou.
Em último caso, até a água da chuva pode ser aproveitada. O casal abre do toldo, faz uma calha, enche os baldes e am para as caixas.
Correspondências 5pmr
Uma dúvida que pode ser levantada: as correspondências. Mas, é outra questão que o casal consegue contornar.
“Se for um caso de mercadoria que precisa ser entregue, pedimos as pessoas que fizemos amizade para receber para nós. Normalmente somos bem acolhidos. Ou quando estamos em Campo Grande, a gente pede pra deixar na casa de parentes”, conta Cleuza.
Aventura por MS 3o6r15
Cleuza e Ederaldo ainda são cautelosos em conhecer novos lugares ou estados. Entretanto, tudo é uma questão de tempo para se aventurem além de Campo Grande.
“Vamos fazer Mato Grosso do Sul primeiro depois Brasil. Começamos por Nova Andradina e Ribas do Rio Pardo, tivemos que retornar para Campo Grande porque eu tinha que dar um curso de pão caseiro para mulheres. Temos um projeto social, ensinamos mulheres que estão em situações de vulnerabilidade. Então por onde armos e tivermos a oportunidade de ensinar sem custo, vamos ensinar. Agora vamos retornar novamente nosso roteiro”, explica Cleuza.
A ideia é visitar outros municípios e depois Brasil.
“Estamos acabando de ajustar as coisas. Aí podemos sair sem tempo pra voltar. A intenção é ir se afastando aos poucos”, sonham.