Bombeiros de MS dão voz às lembranças que vão além do fogo 2b1nq

A reportagem do Primeira Página conversou com alguns militares para saber quais as ocorrências marcaram a vida deles 3e5p44

Combater incêndios está entre as principais funções deles, mas a lista é muito mais extensa
e inclui resgates, operações de emergência, primeiros socorros e tantas outras coisas. No Dia Nacional dos Bombeiros, celebrado nesta terça-feira (2), a reportagem do Primeira Página conversou com alguns militares para saber quais as ocorrências marcaram a vida deles e descobriu que as lembranças vão muito além do fogo.

N Gonçalves, Martinha e Tracz, bombeiros de MS (Foto: Arquivo pessoal)
N Gonçalves, Martinha e Tracz, bombeiros de MS (Foto: Arquivo pessoal)

Subtenente Nilson Gonçalves: três décadas de serviço 1a1e6p

O Subtenente Nilson Gonçalves, de 53 anos, ingressou no Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul por acaso, incentivado por um colega, mas nunca mais quis saber de outra profissão.

“A mãe dele ouviu no rádio que ia ter um concurso público; falou para ele fazer. Ele chegou e falou comigo, e a gente resolveu fazer junto. Os dois aram na prova, fizemos o curso de formação junto em 1994, e desde então eu estou aqui, já há 30 anos e 4 meses”.

Mesmo após três décadas de serviço, ele ainda lembra da primeira ocorrência: a retirada de um animal de dentro de uma fossa séptica. “Ela foi meio nojenta até para a maioria das pessoas, mas para o Corpo de Bombeiros da época era muito comum”, diz.

Na época, o Corpo de Bombeiros tinha apenas duas unidades operacionais em Campo Grande e até as viaturas eram diferentes. Os militares não ficavam dentro dos veículos, mas em plataformas na parte externa.

Outras lembranças do bombeiro 2v21

Gonçalves cita um acidente em 1998 como uma de suas experiências mais marcantes, quando ele precisou usar o desencarcerador para retirar uma criança que estava presa às ferragens. A tranquilidade da criança durante o resgate o marcou profundamente.

N Gonçalves durante missão nas enchentes do RS (Foto: Arquivo pessoal)
Gonçalves durante missão nas enchentes do RS (Foto: Arquivo pessoal)

“A gente precisou cortar o veículo para retirar essa criança, e eu estava operando o aparelho de corte. E o aparelho de corte quebrou e quase causou um outro acidente”, lembra.

“Esse acidente marcou bastante pela tranquilidade da criança que a gente estava tentando tirar. Ela estava com a perna quebrada e estava totalmente calma, lúcida, conversando com a gente enquanto a gente trabalhava para retirá-la”.

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Gonçalves na parte alta da cachoeira do Inferninho, acampamento do curso de soldado (Foto: Arquivo Pessoal)

Outro momento desafiador foi em 1997, durante um mergulho de busca no rio Aquidauana, quando ficou preso em uma rede de pesca debaixo d’água.

“Fazendo o mergulho de busca, eu fiquei enroscado embaixo d’água em uma rede de pesca que estava presa em uma árvore. Demandou uma boa porção de tempo para eu poder me soltar dessa rede e conseguir sair lá desse enrosco que eu estava, porque eu estava sozinho, sem visibilidade dentro d’água, na profundidade. Acho que foi esse o momento mais desafiador dessa minha carreira, desses meus poucos 30 anos de serviço prestado ao Estado”.

Sargento Leandro : o resgate de um bebê 2r4pc

A lembrança mais marcante do sargento Paulo Leandro da Costa, de 63 anos, é de um atendimento feito em 1983, um ano depois de ele se tornar bombeiro, quando ele e outros dois militares, Ortega e Mendes, salvaram um menino abandonado na fossa de uma residência no bairro São Francisco.

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“Era aquela privada de madeira, né? O Ortega e o Mendes ergueram o assoalho da privada, aí eu pulei dentro da fossa, tirei a criança, dei banho nela e levei para Santa Casa”.

A imagem desse resgate está em um quadro no quartel da Costa Silva, onde o sargento atua. São mais de 40 anos de serviço prestado aos bombeiros e ele ainda se lembra do dia em que escolheu essa carreira.

“Eu era moleque em Corumbá, era garoto, o Cid Moreira era jovem ainda também na época, e eu vi aquele incêndio do Joelma, eu vi aquele incêndio pela televisão, e me apaixonei pela profissão do bombeiro”.

Sargento Leandro
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Sargento Leandro após resgatar bebê em fossa (Foto: Arquivo pessoal)


O incêndio a que o militar se refere aconteceu em fevereiro de 1974 em um edifício em São Paulo. As imagens da atuação dos bombeiros foram exibidas no Jornal Nacional que à época era apresentado pelo jornalista Cid Moreira.

“Entrei na Base Aérea, fui bombeiro de aeródromo e na hora que abriu a inscrição para o bombeiro urbano, eu fiz, ei, e até hoje estou aqui. Eu sou apaixonado pela minha profissão. Eu amo o que eu faço”.

Subtenente Martinha: pioneira 1p4u6a

Quem também ama o que faz é Martinha Duarte Garcia, de 38 anos, a subtenente Martinha. Ela faz parte da primeira turma de mulheres no quadro de praça dos bombeiros do estado. Ela entrou na profissão por sorte, ao descobrir que mulheres podiam se inscrever no concurso.

“Meu pai, na verdade, foi fazer a inscrição do meu irmão. Até então, a gente não sabia que podia entrar mulher. Eu sou do primeiro concurso do quadro de praça. E aí, quando foi fazer a inscrição dele, eu fui ler o edital. Quando eu li o edital, eu falei assim, olha só, pai, que legal, pode mulher agora. Eu tinha 18 anos na época. E aí aconteceu que deu certo. Ele acabou fazendo minha inscrição e aí tudo aconteceu”.

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A subtenente Martinha, a 1ª mergulhadora de resgate de MS (Foto: Arquivo pessoal)


Das ocorrências em que atuou ela lembra de uma que ocorreu em 2007, quando atendeu uma vítima de acidente em parada cardiorrespiratória.

“Saímos com a vítima realizando a manobra de R, chegamos no Hospital Universitário com a equipe pronta para atender a gente e a vítima voltou. A primeira vítima que tivemos sucesso. Na época não tinha médico nas viaturas”.

Outra lembrança marcante é a do dia em que se tornou mergulhadora em um curso com alta desistência. “Nós entramos com 22 alunos e formamos 11”, diz, a primeira e, ao menos por enquanto, única mergulhadora de resgate de Mato Grosso do Sul.

Capitão Tracz: as missões marcantes 165o51

Capitão Eduardo Tracz, de 36 anos, também integra o grupo daqueles bombeiros que amam a profissão. Ele ingressou nas fileiras da corporação em 2010 e desde então participou de algumas missões marcantes, a mais recente delas durante as enchentes no Rio Grande do Sul.

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Capitão Tracz durante missão nas enchentes do RS (Foto: Arquivo pessoal)


“Sempre fui apaixonado pela profissão e sempre tive iração”, diz ele, que também se lembra das primeiras ocorrências: um homem esfaqueado após se envolver em uma briga de bar e outro que teve uma parada cardiorrespiratória.

“Depois de 52 minutos de manobras de ressuscitação, o coração do senhor voltou a bater e foi encaminhado vivo para o hospital”, lembra.

Outra memória do capitão é de quando precisou atender uma pessoa próxima. “Há aproximadamente uns 5 anos, em um acidente de moto, uma amiga minha acabou sendo vitimada e infelizmente perdeu a vida. Isso ficou marcado na minha memória”.


Nas lembranças de Tracz há também os resgates feitos no Rio Grande do Sul. “Foi uma missão muito difícil nos sentidos psicológico, físico e humanitário. Foi uma missão e tanto”.

Durante os trabalhos, ele encontrou um caminhão de brinquedo dos bombeiros e o trouxe como lembrança do carinho e iração que as pessoas têm por esses profissionais.

“Muitas vezes em ocorrências, quando chegamos as pessoas até mudam o semblante. Sem sombra de dúvidas é um peso, uma responsabilidade, mas é um orgulho”.

Capitão Tracz

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