Autodidata, Dogan viu na rigidez das pedras a sua forma de fazer arte 5f3s66
Natural da Turquia, Yusuf Dogan decidiu que transformaria pedras em esculturas e, há cerca de 30 anos, é a arte da lapidação que o sustenta faz feliz 654ce
Costumamos pensar que a arte só pode ser desenvolvida por quem possui grande conhecimento sobre uma técnica. Mas você já parou pra pensar que ela também pode surgir de um processo natural, como um simples interesse por criar um novo significado?
Foi com essa naturalidade que, um dia, o Yusuf Dogan, de 61 anos, que é natural da Turquia mas mora em Cuiabá, decidiu que transformaria pedras em esculturas. Autodidata, ele contou com a ajuda da esposa para os primeiros materiais de lapidação e fez dessa arte seu sustento e sua forma de ser feliz.
Confira a história completa do artista no vídeo abaixo:
A arte da lapidação 64c61
Pelos cômodos da casa, esculturas espalhadas. A viola de cocho, símbolo da Cuiabá, pra onde Dogan veio aos seis meses de idade, pode ser vista de longe, esculpida em uma pedra branca.
Após se dar conta do que era capaz de fazer, em 1994, precisava de materiais para iniciar as produções artísticas e foi a esposa, Maria do Socorro Brandão, quem abriu as portas para ele percorrer esse caminho.
Esse processo, de transformar a rigidez de pedras calcárias em representações que são quase um espelho da realidade, é que sustenta a família, numa trajetória que já dura quase 30 anos.

Nesse caminho, ele ainda deu vida à exposição ‘Pedras em Movimento’, que pode ser visitada no Misc (Museu da Imagem e do Som) da Capital.
Representando a regionalidade e a história do local onde vive, Dogan criou um busto de Marechal Rondon, rico em detalhes e que ainda possui um mapa do Brasil, com contornos de Mato Grosso em alto-relevo.

Vendo tudo assim pronto com detalhes extraordinários, ninguém imagina que as habilidades do artista surgiram sem o ensinamento de terceiros e sem qualquer curso na área, em meados de 1994.
O estudo sobre as pedras calcárias, dolomitas e calcitas, geralmente encontradas entre o Distrito de Nossa Senhora da Guia e Nobres, 151 km de Cuiabá, veio com o tempo, depois que o cuiabano de sangue turco já produzia diversas esculturas.

Para Yusuf, tudo começou como uma luz que se acendeu no imaginário e desaguou em um ato de criação que ultraa a mera venda para sobrevivência, mas se torna o que permite ao artista a sutileza de se sentir bem, falando do mundo e mostrando o mundo através de uma pedra.
