Afonso Pena plantou até pé de maracujá no Parque do Sóter 3t363e
Aos 65 anos, Afonso Rosalen, mais conhecido como Afonso Pena, tem uma meta: plantar mil árvores no parque 1t193n
“Tem gente que tem mente, mas não tem semente. Eu tenho os dois!”. Essa é frase que Afonso Líbero Rosalen, de 65 anos, leva para a vida ao plantar árvores frutíferas no Parque Ecológico do Sóter, em Campo Grande.
Afonso, mais conhecido como Afonso Pena (sim, o mesmo nome da famosa avenida de Campo Grande!), mora em frente ao parque há três anos, e decidiu ocupar a cabeça aposentada plantando sementes e mudas no local.
“Eu moro no décimo quinto andar, virado para o Sóter, observava todos os dias e nada de árvore, ou de ver alguém plantando. Pensei: ‘o que eu estou fazendo?! Vou plantar árvores!’”, relembra.
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Em três anos de plantio, Afonso já é dono de 500 árvores, entre baru, jatobá, maracujá, manga, abacate, jabuticaba, pinha (fruta do conde) e até pitanga! Claro que há outras, mas que Afonso não se recorda.
A rotina dele é assim: às 4h da manhã vai até o parque para regar e dar manutenção nas árvores. Ele até conseguiu uma forte aliada para isso: uma mangueira de 60 metros; e utiliza as próprias torneiras do parque para o serviço. Segundo ele, é exatamente esse trabalho de manutenção a sua maior dificuldade.
Além de amar as árvores, o senhor já conquistou vários amigos, muitos por conta dos plantios. “Sempre ganho adubo do pessoal que pega frutas”, diz. Mas ele é esperto, une o útil ao agradável: todos o ajudam com adubo. “Eu falo que preciso de dois sacos, aí eles vão no Ceasa e compram pra mim. Além de parabenizar e tudo mais”, revela.

“Eles pensam: ‘tem uma estaquinha branca. É sinal de que tem muda do Seu afonso! ‘Meu Deus! Será que é uma árvore?!’”, conta rindo.
Árvores no Sóter e amor pela família o3r35
O trabalho tão dedicado de Afonso é também uma troca de amor com a família. Pai de três e avô de dois (três, porque um está vindo aí), é apaixonado pelos netos. Por isso, também dedicou duas árvores – um baru e um jatobá – aos pequenos Eduardo e João Rodrigo, de seis e sete anos.
“Estão grandes iguais a eles!”, diz todo contente. “Vou no parque com os dois, me acompanham plantar, conversamos com elas, ficam doidos. Falam ‘vovô, estou adorando suas mudas, ou adorei ver suas árvores crescerem’”, conta. O vozão, claro, não esquece do caçula que está quase chegando. “Vai nascer um agora, em fevereiro!”, revela.

O conhecimento vasto sobre as árvores vem de anos de trabalho no ramo agropecuário e empresas do setor em São Gabriel do Oeste (MS). Além disso, Afonso explica o motivo de plantá-las. Segundo ele, o baru, por exemplo, é uma planta medicinal e que produz uma amêndoa nutritiva que contém ômega 3, 6 e 9.
“Além de ser grande, linda!”, diz todo orgulhoso. E mais: Afonso revela que o baru é afrodisíaco. “É viagra natural do homem e da mulher”, ressalta.
Já o jatobá, conforme ele, é também medicinal, pois através de sua casca dá para fazer chás. “Ela possui uma outra riqueza: o licor (espécie de gel) que serve para muitas doenças, como mal da próstata, fígado, pulmão; ela controla a gripe; tosse; e é também afrodisíaco”, diz.

O “Rosalen sem terra”, como gosta de ser reconhecido, também plantou 34 barus sabe aonde? Na Avenida do Poeta, no Jardim Veraneio. Se você pergunta até quando Afonso vai parar de plantar, ele deixa claro:
“Até eu atingir uma meta de mil árvores aqui no Sóter!”, finaliza.
Comentários (1) 1j10k
Parabéns pela iniciativa. Ser cidadão é isso.