Aos 93 anos, Altanira viaja sozinha de avião e sobe em moto para rir da vida 3a4z6b
Altanira fez graça para os netos com foto em moto e encarou medo de avião para rever filha em MT 24m5s
Os recém completados 93 anos deram uma energia a mais para dona Altanira Abreu. Após celebrar o aniversário em 1º de maio, ela pegou um avião sozinha para rever a família que mora em Mato Grosso e até subiu em moto para fazer graça e rir da vida. “Estou indo no boteco comprar cerveja”, brincou em um áudio enviado para os netos – ela não bebe uma gota de álcool.

“Foi uma brincadeira, andar de moto eu não ando não, eu vim ear aqui [em Mato Grosso], mas moro em Campo Grande”, conta Altanira
A foto em cima da moto com direito a óculos escuro foi publicada nas redes sociais de um dos netos, Anderson Holsbach, e rendeu comentários de amigos e pessoas próximas, que se impressionaram com a saúde de ferro da matriarca.

“As interações no story foram intensas. Na verdade, sempre que eu posto algo relacionado a ela é assim. Como quando fizemos a festa de 93 anos, e eu postei uma foto dela rindo ganhando uma massagem minha nos pés. E também quando ela estava com covid e estava carpindo a horta dela. Mas nessa em questão chamou muito a atenção por conta do combo idade + moto + óculos”, ri Anderson.
Toda essa energia é inspiração para a família. “Eu olho pra ela e vejo que a gente tem de onde tirar forças e energia pra viver a vida e agradecer todos os dias pelo que somos, pelo que fazemos e pelo que temos. Ela é um orgulho. Uma honra tê-la como vó. Não tem nenhum neto/a ou filho/a que não pense como eu”, frisa o neto.
Dona Altanira é assim. Cheia das histórias e animada com a vida aos 90 e poucos anos. “Eu completei 93 anos, graças a Deus. Sou mãe de dez filhos, todos uma bença e aí de mim se eu não tivesse eles, porque não posso mais trabalhar”, explica.
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Natural de Amambai, cidade a 338 km de Campo Grande, ela conta que nunca teve estudo, porque queria cuidar da mãe. “Não tenho estudo, mas não porque não procuraram, mas eu era criança teimosa, quem me ensinou a ler e escrever foi minha madrinha. Tinha muita dó da minha mãe, que era doente e caiu no fogo queimando os pés. Eu não queria ir na escola mais”, relembra.
Os estudos foram de janeiro a julho, mas suficientes para o básico. “O estudo fez muita falta, depois que eu casei, tive meus filhos, que eu vi que fazia falta, mas não tinha mais como estudar, tinha que trabalhar”, ressalta.
Do trabalho e da dedicação, ele construiu uma família de 10 filhos, 24 netos e “bisnetos já perdi as contas”. “Tenho dois tatinhos [tataranetos] também”, diz, orgulhosa.
Para ver uma filha que mora em Cuiabá, capital de Mato Grosso, ela encarou um medo de 15 anos e subiu sozinha no avião. “Agora minha filha mora aqui, e também duas netas, eu vim aqui para visitar eles um pouquinho, mas logo se Deus quiser estou voltando para Campo Grande. Fazia 15 anos que eu não andava de avião com medo da trepidação”.

A vida ela celebra todo dia, mas a festa foi garantida no de 93 anos. Ela só espera não chegar ainda muito longe. “Tenho medo de ficar com 110 por aí. Uma tia minha, irmã do meu pai, chegou. Mas nessa idade não é viver mais, é viver a custo dos outros, que tem que dar tudo na mão”, diz Altanira, que até hoje istra suas coisas, muito bem, obrigada.
