Amor de Damião por Carnaval fez bloco de PCDs nascer e ditar inclusão 5l5b2o

Bloco “Nada sobre nós, sem nós” vai agitar a Arena do Horto Florestal, no dia 9 de fevereiro 397023

Bloco de Carnaval em Campo Grande prova que a folia também é sinônimo de inclusão. Composto por PCDs (Pessoas com Deficiência), o “Nada sobre nós, sem nós” promete agitar a Arena do Horto Florestal, no dia 9 de fevereiro.

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Integrantes do bloco “Nada sobre nós, sem nós”. (Foto: Giovanni Coletti)

O bloco nasceu do amor de longa data de Damião Zacarias Souza Silva pela maior festa popular do país. Damião tem deficiência visual, é ritmista da Escola de Samba Igrejinha e também compõe a banda do Corpo de Bombeiros de Campo Grande.

“Teve um dia em que eu estava no Ismac (Instituto Sul-mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas) e pensei, por que não, criar um bloco para PCDs? Afinal, não é só porque temos uma deficiência que não vamos brincar, ter um dia de lazer”.

Damião Zacarias Souza Silva.

O primeiro ano de bloco na rua foi em 2018. Naquele Carnaval, conta Damião, centenas de pessoas saíram atrás do cortejo ao longo da rua Marechal Rondon.

“Tivemos bastante apoio do público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis), por exemplo, mas todas os tipos de pessoas chegavam e perguntavam se podiam participar do bloco. Foi um sucesso”.

Damião Zacarias Souza Silva.

Em 2019 e 2020 o sucesso se repetiu, mas daí veio a pandemia. No ano ado, não teve festa do bloco, mas os integrantes se reuniram para uma festa no Ismac. Neste ano, os foliões do “Nada sobre nós, sem nós” querem voltar para o Carnaval com força total.

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Damião tocando na bateria da Igrejinha. (Foto: Arquivo Pessoal)

Damião faz questão de ressaltar que o bloco é feito por e para pessoas com deficiência. Mas todas as tribos são mais do que bem-vindas.

“O bloco é aberto para todos os públicos, não só PCDs. Desde que haja respeito, todo mundo pode participar, basta ter sorriso no rosto e samba no pé”.

Damião Zacarias Souza Silva.

Vice-presidente do “Nada sobre nós, sem nós” e amigo de longa data de Damião, Oscar Mauricio Martinez foi quem ajudou a criar o bloco há cerca de 7 anos. Oscar não tem nenhuma deficiência, mas é voluntário do Ismac onde faz leituras para os frequentadores do espaço.

Segundo Oscar, uma das principais finalidades do bloco é promover um espaço seguro e ível para as pessoas com deficiência, durante a folia. Até o nome do bloco carrega um significado emblemático. A frase “Nada sobre nós, sem nós” é usada há anos para promover os direitos das pessoas com deficiência.

O termo ganhou notoriedade a partir da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU (Organização das Nações Unidas) e resume o lema “Nada sobre as pessoas com deficiência, sem as pessoas com deficiência” – que por sua vez, reitera que PCD são as que sabem o que é melhor para elas e por isso devem ser ouvidas em todas as ações que as envolvam.

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Integrantes do Bloco “Nada sobre nós, sem nós”. (Foto: Giovanni Coletti)

“O objetivo do bloco é mostrar que há necessidade de se fazer cultura com inclusão. Não que as pessoas com deficiência não devam ir nos outros blocos pelo contrário, elas podem e devem. Só que até a criação do nosso bloco nem todos tinham uma estrutura adequada para esse público. As próprias famílias ainda têm receio de levá-los. Essa percepção é diferente de quando você tem um bloco voltado para essas pessoas”.

Oscar Mauricio Martinez.

A criação do bloco também inspirou outras pessoas com deficiência a conhecerem o Carnaval, explica Oscar.

“O Carnaval em si é um tipo de movimento que une todos os tipos de pessoas, indistintamente. Nele, a pessoa se colore para poder ficar mais alegre, se fantasia. Mas também é preciso adequá-lo às necessidades que as pessoas têm. Nós conseguimos atrair muitas pessoas com deficiência desde que criamos o bloco e que nunca tinham ido ao Carnaval”.

Oscar Mauricio Martinez.

Como todo bom bloco, o “Nada sobre nós, sem nós” tem marchinha que prega um basta à discriminação (Confira no final da matéria). O grupo ainda tem casal de muso e musa, princesinha e porta-estandarte.

Então já coloca na agenda! 3b5636

O encontro dos foliões do Bloco Carnavalesco Inclusivo “Nada sobre nós sem nós” acontece no dia 9 de fevereiro, a partir das 16h, na Arena do Horto Florestal – avenida Fábio Zahran, 316 – Centro.

A animação do bloco no Carnaval vai ficar por conta da banda da Associação Juliano Varela e do DJ JK, produtor musical que tem deficiência visual e já apareceu aqui no Primeira Página. O “Nada sobre nós, sem nós” terá praça de alimentação e a presença de empreendedores PCDs.

Conforme Oscar está praticamente tudo pronto para a folia, mas a organização continua em busca de recursos para contratar mais atrações.

Interessados em fazer uma doação de qualquer valor para o “Nada sobre nós, sem nós”, podem entrar em contato com Oscar através do contato (67) 9 9100-1443.

Ouça a marchinha do “Nada sobre nós, sem nós”: 6o652w

Que mundo é esse ?

Que mundo é esse?
Que mundo é esse meu bem?
Que mundo é esse?
Que não se importa com ninguém.

Chegou a hora
Vamos mudar esta história
Ajudar alguém
Sem discriminar ninguém.

Falo com minhas mãos
Enxergo com o coração.
Nas rodas do meu caminhar,
na avenida vou sambar!

Letra/melodia: Vagner Coelho Catarinelli (o Boróro).

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Integrantes do “Nada sobre nós, sem nós” no Carnaval 2018, em Campo Grande. (Foto: Giovanni Coletti)

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