Sting: Aranha Assassina chega aos cinemas 3384t
Se você quer ver uma obra com elementos natalinos, mas prefere que o vermelho não esteja apenas nas roupas do Papai Noel, Sting é uma opção. 4z1h6r
Charlotte é filha de pais separados. A mãe casou-se de novo e teve um bebê. A menina de 12 anos encontra na rebeldia a forma de lidar com suas frustrações.

Então, ela anda pelos dutos de ar do prédio onde mora em Nova Iorque. E gosta de colecionar troféus das invasões. O que faz com tanto orgulho que posta o material nas redes sociais com a hashtag “minhapróximavitima”.
Numa dessas invasões, entra no quarto da tia-avó, Gunther, que é, também, a dona do prédio.
Segundos antes, outra criatura tinha feito o mesmo.
Um fragmento de um meteoro que ava pela terra se desprendeu, furou a janela e o teto da casa de bonecas que a mulher mantém nos aposentos.
A bola incandescente logo se abre e dela sai uma aranha.
Que pet seria mais adequado para uma menina rebelde em busca de atenção que uma viúva negra espacial?
Charlotte, então, adota Sting, nome que dá à nova amiguinha.
O começo da relação é fofo. Ela assovia e a aranha faz um barulhinho de volta para “dizer” que está com fome.
O problema é que a cada baratinha devorada pelo bicho faz seu tamanho aumentar significativamente. O que vai fazer com que o tamanho das presas também precise crescer.
Esse é o enredo do mais novo filme de terror a explorar a aracnofobia, o medo de aranhas, e que estreou nos cinemas nesta semana.
Evidentemente, Sting não é um filme de Natal.

Mas alguns elementos — e não falo da neve que não para de cair em Nova Iorque ou do mês em que chegou ao público – levam a gente a curti-lo como se fosse.
Se os filmes com o bom velhinho falam de reuniões familiares, redenção, então, pode colocar um gorrinho na cabeça da aranha alienígena.
Charlotte tem no pai a figura de herói. Um professor que abandonou a mulher e a filha para se mudar para a Tailândia. Mesmo sem manter contato com a menina, ele é presente na foto que ela mantém no quarto e nos desenhos do padrasto, claro que, como vilão.
Ethan é ilustrador de histórias em quadrinhos. Mas enquanto não consegue emplacar suas ideias trabalha de zelador no prédio da família da esposa.
Ele não consegue a atenção da menina, não tem o respeito da proprietária que vive o humilhando e o ameaçando de desemprego e, por consequência, despejo.
“Você não é da família. E é um homem fraco. Homens fracos correm quando a situação aperta.”
A esposa não consegue estar presente pra nenhum deles porque, além de ter de buscar emprego incessantemente, ainda cuida do bebê e da mãe que tem Alzheimer.
É ou não é um cenário propício para milagres de Natal?
E se filmes natalinos costumam ter personagens cartunescos, Sting faz isso com todos os coadjuvantes.
Gunther, a tia de Charlotte, é quase uma nazista. Com maquiagem carregada, olhos e sobrancelhas ameaçadoras, ele destila veneno por onde a. Considera a sobrinha-neta um problema e é considerada uma bruxa pelos outros inquilinos.
Eles, também, bem diferentes. Tem Maria, uma viúva alcoólatra cuja única existência no filme é provar a teoria de que as aranhas gostam de se alimentar de presas vivas…
Tem Frank, o exterminador que é chamado para verificar os barulhos nas paredes dos apartamentos. Ele é o cara das piadinhas.
E tem o estudante biólogo que vive num apartamento cheio de aquários. Ele disseca peixes em busca de encontrar a cura para a diabetes. E, ao ser consultado por Charlotte sobre o crescimento inesperado da aranha, vê uma oportunidade de muar sua pesquisa.
Coitado…
São exageros necessários para ajudar a aceitar que, se esse pessoal é considerado normal, uma aranha ET devoradora de gente não foge muito da realidade.
Com todos esses elementos, Sting não a de um filme bacaninha pra se assistir durante uma tarde descompromissada.
Os efeitos especiais são eficientes e algumas cenas de terror são eficazes.
Afinal, muita gente tem medo de aranha e isso, com certeza, vai potencializar os sustos e a repulsa.
Só que ao contrário do que a ficção faz, esses bichos não atacam os seres humanos.
Quando alguém é picado, é um acidente, uma defesa do aracnídeo que age por instinto. Por isso, devemos evitar matá-las.
As que não são venenosas até ajudam a proteger nossa casa de outros insetos.
Então, fique em paz com as aranhas de casa.
Claro, sem fazê-las delas um animal de estimação.
Como diz Frank, o exterminador: “Aranhas não sabem amar, sabem só matar e comer.”
Se você quer ver uma obra com elementos natalinos, mas prefere que o vermelho não esteja apenas nas roupas do Papai Noel, Sting é uma opção.
Vá aos cinemas sem muitas expectativas e não esqueça de olhar embaixo das poltronas em busca de teias.
Vai que as aranhas de lá se cansaram de tanto comer restos de pipoca.