Por que "Coringa: Delírio a Dois" não emplacou? 3m5f1v
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Lançado com altas expectativas, “Coringa: Delírio a Dois” tem dividido opiniões entre crítica e público mesmo após semanas do lançamento. Após o sucesso do primeiro filme, que trouxe um retrato sombrio e psicológico de Arthur Fleck, esta continuação ousou explorar novas fronteiras ao focar na relação perturbada entre o Coringa e Harley Quinn. Com elementos de musical e uma narrativa introspectiva, o longa opta por caminhos que desafiam convenções, mas que nem sempre agradam aos fãs mais tradicionais.
Abaixo, analisamos as razões que contribuíram para a recepção morna do filme e por que essa abordagem audaciosa deixou parte do público insatisfeito.
A recepção morna de Coringa: Delírio a Dois entre o público pode ser atribuída a uma série de decisões artísticas que, embora inovadoras, se afastaram das expectativas de muitos fãs. Ao contrário do primeiro Coringa, que foi amplamente elogiado por sua narrativa densa e focada em temas sociais e psicológicos, Delírio a Dois opta por uma abordagem mais experimental, que trouxe elementos de musical e romance psicológico. Esse novo tom, embora interessante para alguns, acabou sendo visto por muitos como desnecessariamente pretensioso e pouco alinhado com o que esperavam de uma sequência para um filme tão marcante.
Um dos pontos mais críticos foi a falta de um enredo coeso e envolvente. Coringa: Delírio a Dois se concentra fortemente na relação entre Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) e Harley Quinn (Lady Gaga), explorando o relacionamento conturbado e instável dos dois. Essa decisão trouxe um foco dramático e introspectivo que deixou de lado o desenvolvimento de um conflito central claro, fazendo com que o filme parecesse mais uma série de eventos sem uma progressão dinâmica. Para muitos espectadores, a falta de cenas de ação ou de um grande embate diminuiu a sensação de urgência e intensidade que se espera em um filme de vilões icônicos.
Outro ponto de insatisfação foi o uso recorrente de números musicais e simbolismo psicológico, que, apesar de inovadores, interrompem o ritmo do filme e tornam a experiência menos fluida. Ao misturar realidade e fantasia de maneira mais frequente, o filme cria uma atmosfera fantasiosa até para a ficção, que não agradou a todos. Muitos esperavam uma continuação com tons mais sombrios e diretos, e essa abordagem teatral acabou se mostrando uma distração para parte do público, que queria ver o Coringa em situações mais intensas e perturbadoras do ponto de vista físico e não apenas emocional.
Além disso, Delírio a Dois também foi criticado pelo ritmo arrastado e pelo tempo excessivo dedicado a diálogos filosóficos, o que deixou a narrativa densa e, em alguns momentos, tediosa. A expectativa era que o filme trouxesse uma continuidade mais direta à ascensão caótica do Coringa na sociedade de Gotham, mas ao concentrar-se no relacionamento com Harley e em seus conflitos internos, o filme entrega um drama psicológico que nem sempre cativa como o primeiro.
Em resumo, Coringa: Delírio a Dois se arriscou em uma direção ousada e artística, mas sacrifica muito do que os fãs gostaram no original. A decisão de explorar a psique dos personagens em detrimento da ação e de um enredo forte e linear resultou em um filme que, embora ambicioso, não conseguiu atender às expectativas do público e entregou uma experiência que, para muitos, foi mais frustrante do que memorável.