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Final girl, finalmente! v5646

O termo é muito conhecido dos amantes de filme de terror. Final girl, a garota final. Quase autoexplicativo. É a personagem que sobrevive a toda a série de tentativas dos psicopatas em eliminá-la. E uma das mais cultuadas intérpretes dessas sobreviventes é, sem dúvida, Jamie Lee Curtis. A babá inocente que escapou de Michael Mayers […] 4m6u1d

O termo é muito conhecido dos amantes de filme de terror. Final girl, a garota final. Quase autoexplicativo. É a personagem que sobrevive a toda a série de tentativas dos psicopatas em eliminá-la. E uma das mais cultuadas intérpretes dessas sobreviventes é, sem dúvida, Jamie Lee Curtis.

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Jamie Lee Curtis em Halloween (Foto: Reprodução)

A babá inocente que escapou de Michael Mayers em Halloween – A Noite do Terror (Halloween, EUA, 1978) ganhou, nesta semana, um símbolo poderoso de que seu rol de intepretações não se resume apenas a gritos histéricos. Jamie venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Uma pena que não tenha sido por sua atuação em Halloween Ends (EUA, 2022) – onde, reviveu o papel de Lauren Strode, já bem mais velha, acabando de vez com o icônico monstro que assombrou a cidade fictícia de Haddonfield em 13 filmes. Nem todos, graças a Deus, com ela. Aliás, quer ver um bom Halloween? Jamie Lee Curtis tá no elenco? Vale a pena. O restante… fuja como se Michael Myers estivesse na sua cola.

A atriz nascida em Santa Mônica, na California, é filha de dois ícones do cinema hollywoodiano, Tony Curtis e Janeth Leigh, a mulher assassinada no meio do banho em Psicose (Psycho, EUA, 1968), e depois de vencer vários prêmios, recebe, enfim, a estatueta mais desejada do cinema por sua atuação no grande vencedor do Oscar, o filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhwere Alla t Once, EUA, 2022). De mocinha nos filmes de terror, ela ou a vilã nesse filme deliciosamente maluco que traz o multiverso à nossa convivência.

Venceu a disputa e ainda aumentou a gama de fãs. Em entrevistas, ou a chamar seu Oscar por pronomes neutros, elu e delu, em homenagem à filha de 24 anos que se assumiu transgênero. E vem defendendo que haja uma revisão dos gêneros nas categorias do Oscar para enquadrar pessoas não binárias na premiação.

Aplausos para quem era mais conhecida no meio por ser um símbolo sexual.

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O reconhecimento supremo da academia chega 44 anos depois da estreia no cinema. Aos 20, Jamie viveu a babá que se tornaria uma das principais scream queens (rainhas do grito) da sétima arte. Lauren Strode não bebia, não fumava e enquanto suas amigas curtiam a noite de sexo com os namorados, ela trabalhava cuidando de crianças.

O termo final girl foi definido pela professora e escritora norte-americana Carol Clover no livro Men, Women, and Chainsaws: Gender in the Modern Horror Film, com tradução livre, Homens, Mulheres e Motosserras: o Gênero no Moderno Cinema de Horror, obra, infelizmente, sem versão em português.
Ela justifica o fortalecimento dessas personagens como uma necessidade da sociedade norte-americana do final dos anos 70 e começo dos anos 80 numa resposta à crescente liberalidade da época. Se você fosse uma mulher que só quer saber de drogas e sexo, você vai morrer. Agora, se for uma for uma virgem recatada, mesmo que esteja sob ameaça, terá forças para sobreviver.

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Jamie Lee Curtis com seu Oscar (Foto: Redes Sociais)

A fórmula foi repetida em inúmeros filmes. Até que o diretor Wes Craven e o roteirista Kevin Williamson decidiram dar um outro viés à final girl. Em Pânico (Scream, EUA, 1996), a personagem Sidney Prescott sabia de cor e salteado as regras para sobreviver a um filme de terror. Sem ser inocente como Strode, ela dá conta de Ghostface. E só não está em Pânico 6, que está em cartaz nos cinemas, porque a atriz Neve Campbell se recusou a fazer o filme.

E não há nenhuma crítica nisso.

A mulher pode e deve fazer o que tiver vontade. Pode transar com quem quiser, pode sair à noite sem ter que ficar com medo de um assassino mascarado ou namorado ciumento para puni-la. Pode, inclusive, ter sucesso aos 20, aos 40 (ouviram, meninas de Bauru?) ou aos 60 anos, como Jamie Lee Curtis e sua mensagem pra todes que achavam que um ícone do terror não poderia chegar ao topo de Hollywood: final girls sempre sobrevivem. Só não são mais como o machismo idealizou antigamente. E estão gritando isso há muito tempo. Está na hora de ouvirmos.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Toda Sexta é 13, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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