Prefeitura de Várzea Grande diz que cemitério da "Guarita" é irregular, não clandestino 573q34
A Prefeitura de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, afirmou, por meio do secretário de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana, Breno Gomes, nesta sexta-feira (28), que o Cemitério da Guarita não é clandestino e sim irregular.

O cemitério foi localizado depois que um empresário, que diz ter herdado o terreno, moveu uma ação na Justiça para a retirada dos corpos do local. A prefeitura foi notificada da decisão favorável ao empresário, no dia 19 de outubro.
“Nós, da Prefeitura de Várzea Grande, também fomos surpreendidos pela Notificação Extrajudicial, informando que um proprietário adquiriu terras na região da Guarita e que havia se deparado com 28 sepulturas, túmulos, alguns mantidos e sendo cuidados”, esclareceu o secretário.
Breno Gomes frisou ainda que a preocupação da istração é encontrar um ponto de equilíbrio que atenda às famílias das pessoas enterradas no local e também dos proprietários legalmente constituídos.
Também nesta sexta-feira, Elizabeth Nascimento, de 60 anos, que tem familiares sepultados no local se manifestou afirmando também que o cemitério não é clandestino e é conhecido pelos moradores da região da estrada da Guarita.
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Segundo ela, nas décadas de 1960 e 1970, a região era dividida em duas partes. “As pessoas que morriam na parte de baixo eram enterradas neste cemitério da Guarita. Já o pessoal que morava na parte de cima era sepultado no Cemitério da agem da Conceição”, afirmou.
O secretário fez a mesma afirmação que Elizabeth. “Como a Guarita era Zona Rural e distante do centro da cidade, na década de 40, quando houve o primeiro sepultamento, era demasiadamente grande, pois nem veículos e ruas existiam, a própria comunidade teria aberto uma área para o sepultamento de seus familiares e não teria existido a preocupação de regularizar a mesma ou documentar, o que acabou gerando a polêmica”, explicou ele.

De acordo com informações de José da Costa Campos, nascido e criado no Distrito da Guarita, o cemitério é muito antigo e foi construído pelos moradores locais e mantido por eles.
“Não sabemos de quem é a área, pois quando eu nasci o cemitério já existia. Também não sabíamos que a área tinha dono. Eu acho que tem mais de 100 anos. Meus bisavós, avós, pai e mãe estão enterrados lá. Os moradores mais antigos que construíram o muro, que fizeram as lápides, enterraram, fazem a limpeza também. Ninguém nunca reivindicou a terra ou reclamou”, declarou ele.
No local foram encontradas ao menos 28 lápides. A mais antiga delas está com data de sepultamento em 1965, a mais recente, 2007, mas existem relatos de parentes com sepultamentos realizados desde 1942.